Diversão e Arte

Companhia B de Teatro e o núcleo de dança BasiraH recriam mito de Eurípedes

postado em 25/05/2010 08:52
"O universo feminino visto pelos olhos do mito Medeia, de Eurípedes, e a Medeia vista pelos nossos olhos", resume a atriz Tatiana Bittar o espetáculo No happy ending, idealizado pela companhia B de Teatro e pelo núcleo de dança BasiraH. O projeto estreou nessa segunda-feira no Teatro Yara Amaral, no Sesi, em Taguatinga. O passeio pelo universo do mito escrito por Eurípedes nasceu do desejo de um grupo de atrizes envolvidas no projeto em pesquisar a linguagem do teatro-dança. "Decidimos trabalhar com um texto de teatro e durante nossa pesquisa nos deparamos novamente com a obra. O texto bateu na hora", enfatiza Tatiana, que utilizou os textos Medeamaterial, do alemão Heiner de Muller, e Gota d%u2019água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, para construir o espetáculo. A criação para o palco se deu a partir da tradução dos textos para a linguagem corporal, de modo que ele fosse representado por meio de movimentos. O mesmo ocorreu em caminho inverso: a expressão corporal se transformou em texto para o universo do teatro dança. "O caminho da personagem Medéia neste trabalho só foi definido quando fechamos nosso roteiro de cenas, daí pudemos de fato entender por quais estados a personagem iria passar", conta Tatiana. Gisele Rodrigues, diretora companhia BasiraH, reforça que a utilização do texto de Heiner Miller se deve ao fato de ser uma obra moderna e mais agressiva, além de a história ser construída por imagens, recurso utilizado na montagem. "Já Gota d´agua traz a Medeia para o cotidiano e o universo mais real. Nele, Medeia é chamada de Joana, apresenta outra perspectiva para a personagem, ela se mata no fim", revela Gisele. Da pesquisa até a concretização do projeto decorreu um ano de trabalho. A parceria entre os dois grupos vem desde a peça Páginas Amarelas, encenada pela Companhia B de Teatro. A peça nasceu como pré- projeto dos integrantes do grupo no curso de artes cênicas da Universidade de Brasília (UnB), em 2006. A estreia em Taguatinga veio da vontade de mudar o foco, como ocorria nos espetáculos anteriores. Após encerrada a passagem também por Ceilândia, a partir de dois de junho a montagem entra em cartaz no Teatro Plínio Marcos, na Funarte. No happy ending De 24 a 26 de maio, às 20h. Teatro Sesi Taguatinga (QNF 24, Área Especial), entrada franca. De 27 a 29 de maio. Teatro Newton Rossi Sesc (Ceilândia, QNN 27, Area Especial). Ingresso: 1kg de alimentos não perecíveis. De 2 a6 de junho, às 20h; de 16 a 20, às 21h.Teatro Plínio Marcos (Complexo Cultural Funarte). Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (meia entrada). Classificação indicativa: 12 anos.

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