Diversão e Arte

Recibo de autenticidade

Betty Bettiol aconselha a aferir a autenticidade da obra na compra Brasília e a constituição, de Poteiro: um dos maiores nomes da pintura popular no país

postado em 29/06/2010 07:00
Atualmente, as falsificações criam problemas aos artistas que, além de não receberem pelos seus trabalhos, veem sua obra desvalorizada pelos baixos preços. "Só compro obras de colecionadores ou galerias que conheço. A falsificação é um problema com todo tipo de artista, não só dele", afirma Soraia Cals.

Com 50 anos de experiência na área, a colecionadora Betty Bettiol pede recibo de autenticidade sempre que adquire uma obra de arte ; seja diretamente do artista, seja de galerias. "Isso ajuda a atestar meu acervo", diz. A atitude da colecionadora é um bom exemplo de dicas para colecionadores inexperientes que podem facilmente confundir como boa negociação a aquisição de uma obra falsificada.

Na internet, é possível encontrar sites de compra e venda oferecendo gravuras e quadros de Poteiro, os preços variam de R$ 330 a R$ 11 mil. Se por um lado na venda direta é possível encontrar uma obra do artista com um preço mais acessível, por outro, em galerias e leilões é mais garantido que as obras à venda sejam verdadeiras. Para evitar adquirir um falso Poteiro, certifique-se sobre a origem do quadro com a própria família do artista. O telefone para contato é o (62) 3286-1717 / 3286-1121.

Homem dos potes
Antônio Poteiro morreu na madrugada do dia 8 de junho, aos 84 anos, vítima de infecção generalizada. O artista estava há cerca de um ano sem pintar por problemas de saúde. Natural de Santa Cristina da Pousa, Província do Minho, em Portugal, Antônio Batista de Souza nasceu em 1925. Um ano depois, sua família imigrou para o Brasil. Seu trabalho é conhecido em mais de 40 países e está em museus, galerias e nas mãos de colecionadores.

O artista residia em Goiânia, onde fica seu ateliê. Deixou três filhos, 11 netos e quatro bisnetos. O filho mais velho, Américo, também é ceramista. O apelido do artista, incorporado aos 32 anos como nome artístico, nasceu da arte de fazer potes. O interessante é que, aos 16 anos, Poteiro fugiu de casa porque seu pai o obrigava a fazer potes. Em 1972, artistas amigos ; o ceramista Siron Franco e Cléber Gouveia ; compraram tela, tintas e pincéis para que Poteiro passe para a pintura a beleza de sua arte. Em 1976, Poteiro começa a expor suas telas. Confira a página de Poteiro na Internet: www.antoniopoteiro.com.



Dicas para começar a colecionar arte:

  • 1. Frequente exposições, galerias e leilões e faça contato. Informe-se com profissionais do ramo que artistas estão produzindo bem para ter certeza de que fará um bom investimento.

  • 2. Visite as exposições que antecedem os leilão de arte. Na visita, escolha a peça que vai arrematar para evitar comprar por impulso.

  • 3. Prefira adquirir poucas peças, mas de qualidade. E sempre duvide da autenticidade de peças muito baratas.

  • 4. Se os quadros do autor que lhe interessou estiverem acima do que você pode pagar, tente adquirir suas gravuras. Algum dia, quando você já tiver condições de comprar os quadros, as gravuras irão compor seu acervo.



Eu tenho um Poteiro, e agora?
Depende. É possível que os preços das obras do artista subam dentro de alguns anos. Isso sem contar que ter uma tela do Poteiro em casa é sempre motivo de uma agradável conversa sobre o artista, sua vitalidade, suas cores. Mas, se você tem pressa para obter dinheiro, procure galerias de arte ou organizadores de leilões. Eles colocarão valor de mercado na obra, mas durante o leilão o preço de seu Poteiro pode subir.

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