postado em 03/07/2010 07:00
Em noite de gala no Cine São Luiz, localizado no centro de Fortaleza, foram anunciados na noite de quinta-feira, os vencedores do 20; Cine Ceará ; Festival Ibero-Americano de Cinema. A edição histórica de 20 anos de festival consagrou a co-produção entre Argentina, França e Espanha O último verão de La Boyita (exibido por aqui no 11; Festival Internacional de Cinema de Brasília ano passado) como o melhor filme em longa-metragem desse ano. Dirigido pela argentina radicada nos Estados Unidos, Júlia Solomonoff, o drama intimista ainda levou o troféu Mucuripe de melhor edição. A segunda produção com maior número de prêmios foi a coprodução entre Espanha e França, A mulher sem piano.
A ousadia dos quatro jovens cineastas cearenses, Luiz Pretti, Ricardo Pretti, Pedro Diógenes e Guto Parente, que se revezaram como diretores, roteiristas, atores e técnicos do filme Estrada para Ythaca (que teve um custo espantoso de apenas R$ 1.780), foi esquecida pelo júri que premiou a produção pela trilha sonora original. A coprodução entre Brasil, Cuba e França, Memórias cubanas, dirigido por Alice de Andrade e Iván Napoles, levou um prêmio especial do júri.
Na competitiva de curtas, as produções Ensaio de cinema, dirigido por Allan Ribeiro, Ave maria ou mãe dos sertanejos, dirigido por Camilo Cavalcante, e a ficção Azul, de Eric Laurence empataram com dois troféus cada. A ficção carioca, baseada num roteiro delicado e íntimo, escrito e dirigido por Ribeiro levou o prêmio de melhor curta-metragem e melhor roteiro dessa edição. Zezita Matos ficou com o prêmio de melhor atriz e a melhor fotografia foi para Antônio Luis Mendes, ambos pelo trabalho em Azul. O pernambucano Ave maria ou mãe dos sertanejos, considerado melhor filme pelo júri do 42; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro no ano passado, ficou com os prêmios das categorias melhor direção (Camilo Cavalcante) e edição para Caio Zatti.
Olho na bola
Programado para acontecer simultaneamente à Copa do Mundo na África do Sul, o festival teve de sofrer adaptações por conta dos jogos do mundial de futebol. Algumas sessões foram adiantadas ou atrasadas e os jogos do Brasil transmitidos em um telão para os participantes. A programação, verdadeira maratona de uma semana, incluiu a exibição de quase 100 filmes entre curtas e longas, divididos entre as mostras competitivas e as paralelas: Memórias do Muro, Cinefoot, Homenagem a Francisco Lombardi e Homenagem a Ruy Guerra. Dois livros foram lançados. Um de memórias da atriz e diretora do cinema novo, Conceição Senna, e outro comemorativo do festival. Como todo ano, são homenageadas várias personalidades do mundo do cinema em cada edição. Nesta, foram lembrados os atores Mauro Mendonça e Patrícia Pillar.
Longas
Melhor filme: O último verão de La Boyita
Melhor diretor: Javier Rebollo, de A mulher sem piano
Fotografia: Santiago Racaj, A mulher sem piano
Edição: Rosario Suárez e Andrés Tambornino, O último verão de la Boyita
Roteiro: Lola Mayo e Javier Rebollo, de A mulher sem piano
Som: Lena Esquenazi, O último verão de la Boyita
Melhor trilha original: Luiz Pretti e Uirá dos Reis, Estrada para Ithaka
Direção de arte: Juan Carlos Acevedo, Do amor e outros demônios
Melhor ator: Damián Alcázar e Alfredo Catania
Melhor atriz: Miriel Cejas, Lisanka
Prêmio especial do jurado: Memória cubana, de Alice Andrade e Iván Napoles.
Curtas
Melhor curta metragem: Ensaio de cinema, de Allan Ribeiro
Melhor direção: Camilo Cavalcante, Ave maria ou mãe dos sertanejos
Melhor fotografia: Antonio Luis Mendes, de Azul
Melhor edição: Caio Zatti, de Ave Maria ou mãe dos Sertanejos
Melhor roteiro: Allan Ribeiro e Gatto Larsen, de Ensaio de cinema
Melhor som: Ouija
Melhor direção de arte: Flávio Takahashi, Vento
Melhor ator: Gatto Larsen, de Jardim Beleléu
Melhor atriz: Zezita Matos, de Azul