Diversão e Arte

Lia de Itamaracá faz o público cair na ciranda e no maracatu

Regina Bandeira
postado em 12/07/2010 08:27
Não precisou nem de cinco minutos de show para Lia de Itamaracá colocar metade da plateia dançando ciranda, de mãos dadas, como velhos amigos de infância no Teatro Oi. A comprida senhora de 66 anos e 1,80m de altura (en)cantou o público brasiliense com sua potente voz e um repertório de cirandas e maracatus que a acompanham desde os 11 anos. Lia dominou a plateia: Durante uma hora e meia, metade do público, cerca de 150 pessoas, dançou e rodou em frente ao palco em que a pernambucana comandava a brincadeira. Duas grandes rodas formadas por senhores de gravatas, estudantes, crianças e mulheres se aventuravam no ritmo das cirandas, que transportaram delicadamente ao passado quem assistiu ao show. "Ô cirandeiro, cirandeiro ô, a pedra do seu anel brilha mais do que o sol", cantava e rodava metade da plateia que, de mãos dadas, fechou em um círculo a metade que se manteve sentada. "Eu passo energia pra vocês; vocês passam pra mim", diz com um largo sorriso Lia, que nasceu Maria Madalena do Nascimento. "Não conhecia a Lia; vim porque uma amiga minha - pernambucana - é fã dela. Fiquei impressionado com o poder e a alegria que esse som transmite. Acho que a gente entra até em uma espécie de transe", disse o médico João Carlos de Almeida, 34 anos, que tentava acompanhar os passos do maracatu. "No Nordeste, a ciranda não é coisa só de criança. É de adulto, é de todo mundo", reforça Walquíria dos Santos, 41anos. Lia nem saiu do palco para voltar ao bis; o pedido do público foi acatado assim que a dama das cirandas se despediu. "A gente faz o público e o público faz a gente, não é? Quantos olhos lindos têm Brasília. Ei, vocês, podem voltar aqui", ordena, em tom de brincadeira, seus seis músicos e as duas backing vocals a ficarem no palco. A apresentação de Lia fez parte do projeto Encantadoras. Nos dias 13 e 14 de agosto, será a vez de Luiza Possi subir ao palco.

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