Diversão e Arte

Almanaque dos vampiros

postado em 15/07/2010 07:00
Blácula, de 1972, é uma das curiosidades do livroO que os atores Bela Lugosi, Christopher Lee, Gary Oldman, Tom Cruise e Robert Pattinson têm como mínimo denominador comum? Todos eles, em algum momento da carreira, interpretaram um vampiro. As figuras de Lugosi e Lee são, ainda hoje, referência quando o assunto são os mortos-vivos de caninos pontiagudos. Graças ao papel de Edward Cullen, o bebedor de sangue (só de animais) vivido por Pattinson na saga Crepúsculo, que o ator inglês de 24 anos é hoje uma celebridade. E foi graças ao sucesso dos filmes adaptados dos (igualmente bem-sucedidos) livros escritos por Stephenie Meyer que, atualmente, os vampiros estão novamente em evidência. Isso não significa que eles estivessem esquecidos, muito pelo contrário. Os vampiros sempre estiveram presentes na literatura, na televisão, nas histórias em quadrinhos, nos videogames e, principalmente, no cinema. Uma boa amostra do que já foi produzido com essas criaturas da noite como personagem está no livro Vampiros na cultura pop, de Maurício Muniz e Manoel de Souza. Na publicação, de 144 páginas, os autores mapeiam as principais incursões de vampiros em diversas mídias. Com formato próximo do de um almanaque, o livro apresenta comentários sobre filmes e livros, informações e curiosidades em verbetes ilustrados, uma galeria de cartazes (com mais de um centena de títulos de diferentes nacionalidades, de clássicos a obscuros) e uma introdução ao assunto contando as origens do vampiro (um cruzamento de diversas lendas seculares). VAMPIROS NA CULTURA POP
De Maurício Muniz e Manoel de Souza, 144 páginas. Editora Europa. R$ 39,90O ;gancho; para a produção do livro, conta Manoel de Souza, foi justamente o fenômeno Crepúsculo. ;A gente queria mostrar para quem está chegando agora que existe toda uma mitologia em volta do assunto. Crepúsculo é legal, mas não é só isso. Faz quase 100 anos que são produzidos filmes de vampiros;, observa o autor, também editor da revista Mundo dos Super-heróis. Manoel percebe, no entanto, que os fãs de Edward, Bella e Jacob e os de vampiros mais ;tradicionais; estão em lados diferentes do muro. ;A impressão que dá é que esses públicos não se bicam. Mas isso só reforça a nossa ideia de tentar uni-los para mostrar que existem coisas legais feitas recentemente e, ao mesmo tempo, clássicos que são inegáveis, como Nosferatu, os filmes do Christopher Lee;;, exemplifica. Maurício Muniz e Manoel de Souza conceberam o livro no final do ano passado e começaram a trabalhar em janeiro. A pesquisa levou seis meses. ;A parte mais difícil do processo foi conseguir informações sobre Eclipse, o novo capitulo da série Crepúsculo. O pessoal segurou até a última hora as informações ; e o nosso livro saiu um pouquinho antes do filme entrar em cartaz. Tínhamos o material de divulgação oficial, mas não vimos o filme antes da estreia;, explica Manoel. Nosferatu, clássico alemão de 1922, foi o primeiro filme a adaptar para o cinema o livro Drácula, de Bram StokerÉ claro que, com um assunto tão vasto, muitos vampiros ficaram de fora da edição final. ;O que mais me doeu foi cortar muitas das coisas que pesquisamos sobre os vampiros nos quadrinhos. Optamos por dar mais evidência aos vampiros de carne e osso do que aos de papel. Também não tivemos espaço para falar das versões humorísticas, como a do Chico Anysio, por exemplo. Eu debati muito com o Maurício sobre isso: ;A gente vai tirar os filmes do Christopher Lee para botar Vamp?!’;, comenta. Dependendo da recepção do livro, Manoel não descarta uma futura edição ampliada de Vampiros na cultura pop. LUCRATIVO Os altos números do fenômeno A saga crepúsculo continuam a assombrar o mercado cinematográfico. Até agora os produtores da série nunca investiram um valor maior do que US$ 70 milhões em seus filmes, mas arrecadam números bem próximos de meio bilhão de dólares. Segundo dados da distribuidora Paris Filmes, o terceiro episódio da série, o longa Eclipse, que estreou em 30 de junho, já arrecadou mais de R$ 33 milhões somente no Brasil e arrastou mais de 3 milhões de espectadores às salas de cinema no país. Visto assim, os números parecem astronômicos e devem subir muito ainda. (Yale Gontijo)

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