Diversão e Arte

Maria Alice Vergueiro debate sobre o teatro e a internet, no CCBB

postado em 20/07/2010 07:00
O modo de se ver um espetáculo; a magia da ação ao vivo; a junção teatro e internet; as maneiras de como trabalhar com tais linguagens. Esses são alguns dos assuntos que serão debatidos, hoje, às 19h30, no ciclo de debates Arte e vanguarda na internet, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A entrada é franca.

A edição Teatro na rede: o palco eletrônico contará com a presença da atriz Maria Alice Vergueiro, uma das fundadoras do Teatro do Ornitorrinco na década de 1980, em São Paulo (SP), além de ter atuado nos espetáculos: Mandrágora, de Augusto Boal; Gracias señor, de José Celso Martinez Corrêa; e Electra com creta, de Gerald Thomas. Maria Alice ficou conhecida por parte dos internautas pelo vídeo Tapa na pantera, que virou hit no YouTube com mais de 3 milhões de acessos.

A atriz acha positiva a iniciativa de associar o teatro e a internet, já que democratiza o acesso à cultura. Mas deixa claro sua ressalva em relação à transmissão ao vivo, pois tal inserção tira a característica do espetáculo. ;Pois o fenômeno teatral agrega um grupo de pessoas falando um texto para uma plateia. É efêmero. Quando registrado por uma câmera, deixa de ser teatro;, alerta Maria Alice.

Com endereço na rede de computadores desde 2008, a atriz Renata Jesion, do Teatro Para Alguém, vai compor a mesa de debates. A companhia criou o primeiro ;teatro virtual; do país. ;Pedimos para que o autor faça uma adaptação para a internet, ela consiste nos cortes feitos pelo próprio dramaturgo para que a obra não perca a sua essência;, conta.

Oficina on-line
O Teatro Oficina Uzyna Uzona é um dos grupos brasileiros que transmitem seus espetáculos pela web. Tommy Pietra, que desenvolveu o site do grupo, é a favor da transmissão pela internet. ;A revolução digital trouxe a possibilidade de difundir a arte teatral do Oficina, que nunca se limitou apenas às apresentações das peças, mas a várias outras produções audiovisuais. A transmissão das peças funciona como um canal multimídia de comunicação com o público;, defende.

Tommy aponta que a arte de representar se difundirá por todos os meios de comunicação até chegar aos celulares, como o futebol, por exemplo. A ideia sempre esteve presente e, hoje, podemos realizá-la de forma profissional. ;É sempre necessário ter um link de internet dedicado a isso. A internet de banda larga precisa se espalhar pelo país para poder ser acessada de qualquer ponto de uma maneira simples. Caminhamos para isso rapidamente;, conclui.

Há três meses no mercado, a Cennarium It;s Show Time muda o modo de ver a arte de interpretar. A proposta consiste na transmissão de vídeos de espetáculos teatrais via internet em alta definição. A ;teatroteca; conta com um acervo de 70 espetáculos. Fundo do lado, de Paulo Betti, e Vicente Celestino ; A voz orgulho do Brasil, de Wagner Campos, são algumas das obras. As peças custam a partir de R$ 5 e podem ser vistas 24h por dia.

Roberto Lima, gerente do site, concorda que o vídeo não possibilita a mesma sensação de contemplação que o espetáculo visto ao vivo, mas argumenta que a tecnologia full HD (alta definição) possui a sensibilidade de filmar até sob iluminação de velas, sem alterar em nada o espetáculo. ;Em relação à captação de som, ele ocorre por meio de quatro microfones, daqueles usados nos campos de futebol;, complementa Lima. O material não sofre nenhuma edição, apenas cortes de câmeras (mudanças de ângulos, zoom), preservando o tempo real do espetáculo.

ARTE E VANGUARDA NA INTERNET
Hoje, às 19h30, no Centro Cultural Banco do Brasil, debate com Maria Alice Vergueiro e Renata Jesion. A mediação será feita pela jornalista Julliany Mucury. A entrada é franca mediante a retirada antecipada das senhas com uma hora de antecedência. Classificação indicativa livre.

Aconchego e fuga é uma das obras emocionais de Sonia MontagnerTraços emocionais

A pintura em acrílico da gaúcha Sonia Montagner pode ser vista, a partir de hoje, no Espaço Chatô (sede do Correio Braziliense). Além do gosto pelo estilo abstrato e pelas cores, outro elemento utilizado é a vivência emocional da artista plástica, que recorre aos sentimentos para retratar, nas telas, as experiências e as observações a cerca do ser humano.

É assim que nasce a mostra Olhares da emoção. Sonia Montagner conta que essa explosão de sentimentos é retratada por meio de texturas espatuladas e pinceladas com movimentos espontâneos, deixando os rastros nas camadas de tintas e registrando uma força incitante. ;Linhas e planos mantinham-me presa em limites. Esse é o meu momento de libertação. Sinto-me como se fosse voar sem o compromisso de volta.;

Até chegar a essa sensação de liberdade, a artista revela o ritual feito metodicamente. ;Primeiro faço exercícios de relaxamento guiados pela respiração. Nesse momento, as minhas emoções, lembranças e sentimentos vão se organizado na minha mente. Após essa etapa, começo a materializar essas emoções nas telas;, descreve. O reflexo é evidenciado nos títulos das obras, como Pulsações do viver, Reconstrói a ti mesmo, Aconchego e fuga, Dançando a fantasia. As produções integram as 25 obras expostas até 6 de agosto.

Sonia Montagner trabalha como professora de artes na Fundação Educacional de Brasília. De 1994 a 2000, residiu na cidade de Rennes (França). Durante o período, cursou mestrado e doutorado em artes plásticas e pintura, na Université Rennes 2. A última exposição, Pulsações do viver, foi realizada em 2009, no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul).

OLHARES DA EMOÇÃO
Espaço Chatô (sede do Correio Braziliense, SIG Q. 2, Lt. 340), de segunda à sexta-feira, das 10h às 18h. Informações: 3214-1350. Entrada franca. Até 6 de agosto.

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