postado em 21/07/2010 07:00
O Cena Contemporânea ; Festival Internacional de Teatro de Brasília, é, nas palavras de Guilherme Reis, seu curador e diretor, um acontecimento que levanta discussões e reflexões. Mas, sobretudo, defende direitos. ;Há uma preocupação de nós, organizadores, em ver como os artistas estão lidando com questões tão atuais como os conflitos, as guerras, a religião, a imigração, o poder em si. Há essa preocupação política existencialista. Até na vinda para o nosso festival de artistas de países que vivem uma realidade conflituosa, como Israel, Cuba, País Basco, Colômbia e Sérvia, isso está presente de uma certa maneira. Essa discussão do poder e do conflito estará na programação, seja nos espetáculos ou nos debates e encontros;, comenta.
O Cena, que já se consolidou como um dos principais festivais de artes cênicas do país, vai realizar a sua 11; edição entre 24 de agosto e 5 de setembro, tendo como palco os principais teatros de Brasília e a praça central do Museu Nacional da República. A abertura acontece justamente na praça do museu, no dia 24 do próximo mês, às 20h, com o espetáculo Till ; A saga de um herói torto, que marca o retorno do grupo mineiro Galpão ao teatro de rua. Devido à grande procura nos anos anteriores, a organização do evento decidiu antecipar a venda dos ingressos para 16 de agosto, nas bilheterias do Teatro Nacional Claudio Santoro e nas da Caixa Cultural.
Neste ano, o país homenageado será a Espanha, com quatro espetáculos, com destaque para as apresentações do grupo Kabia, do País Basco, já apontado pela crítica internacional como uma das revelações das artes cênicas contemporânea. ;Eu já vinha estreitando esse interesse pela Espanha. Grupos espanhóis têm vindo com frequência ao festival, e os que a gente convidou para esse ano são bem a nossa cara. Companhias jovens, com uma proposta de qualidade e que têm renovado a cena internacional, como é o Kabia, que desenvolve um trabalho muito interessante e vai apresentar duas peças;, analisa
Além da Espanha, o festival vai contar com grupos de Suíça, Chile, Cuba, Colômbia, Israel e companhias brasileiras de Brasília, Rio, Belo Horizonte, São Paulo e Recife. Durante os 13 dias do evento, serão 29 espetáculos, totalizando 80 apresentações.
Cinquentenário
Pelo fato da capital estar completando 50 anos, a curadoria do Cena resolveu investir um pouco mais nas produções locais. Segundo Guilherme Reis, não existe uma obrigatoriedade de oferecer espetáculos brasilienses, apesar do evento ser realizado aqui. No passado, algumas edições chegaram a sequer oferecer atrações candangas. ;Por causa do cinquentenário e também pelo fato de a gente querer abranger outras linguagens, como o circo e performances, decidimos ampliar esse espaço dedicado aos grupos locais. Uma maneira de homenagear também a cidade, apesar de não conseguir contemplar tanta gente boa que temos por aqui;, lamenta.
Trechos de lieder de Robert Shcumann cantados pelo barÃtono José Oliveira Lopes