Diversão e Arte

De olho no mercado latino, o Calypso prepara um CD em espanhol e faz shows no Japão, em Angola e em países da América do Sul

Regina Bandeira
postado em 01/08/2010 13:51
Uma década depois de estourar no Brasil, a banda Calypso quer apimentar o mundo com uma levada espanhola à la divas como a cantora pop colombiana Shakira e a cubana Gloria Estefan, e outros sons suingados, como os feitos pelo dominicano Juan Luis Guerra. A produção do CD cantado na língua dos hermanos já está em fase adiantada e aguarda apenas a cantora Joelma se familiarizar com o idioma. "Ainda hablo um portunhol muito do sem vergonha", disse a sex symbol paraense ao Correio, em entrevista durante a passagem da banda por Brasília. Chimbinha e Joelma cumprimentam os fãs na entrada de shopping em Taguatinga: levada mais pop marca a nova fase do grupoAntes de gravar seu primeiro disco em língua estrangeira, o Calypso dará um pulo no outro lado do mundo para divulgar os dois CDs e o DVD gravados em novembro de 2009, em um show no Recife. Juntos, os álbuns feitos para comemorar uma década de carreira já venderam 150 mil exemplares. Desde o surgimento, em 1999, a banda vendeu 10 milhões de cópias. Esta será a primeira vez que os japoneses assistirão a um espetáculo do grupo, que mistura o som caribenho a outros tantos, como o carimbó, a lambada e o rock. Estão agendados três shows no Japão; o primeiro ocorre em 8 de agosto. De lá, Chimbinha, Joelma e uma entourage de quase 50 pessoas - entre músicos, técnicos de som, assistentes e dançarinos - seguem para Angola. A banda termina o ano divulgando os CDs comemorativos em um circuito por países da América do Sul. O disco em espanhol deve misturar sucessos novos com velhos hits, como Xonou, Xonou, que na versão hispânica virou Apasionou. O grupo está mirando nos EUA e na América do Sul. O álbum, o 16º da carreira, está quase pronto - só falta a gravação da voz de Joelma. O lançamento estava previsto para o início de 2010, mas foi adiado porque ela ainda não se sentia segura para cantar todo um CD em espanhol. Por isso, a dupla não aposta em datas. "Preciso de um assistente para melhorar meu sotaque", explica a cantora. Para aproximar o som do grupo ao tipo de música latina consumida pelo público estrangeiro, a mixagem será feita em Los Angeles, e a masterização, em Nova York. Na gravadora Som Livre, que lançou os dois mais recentes álbuns do grupo, não há informações oficiais sobre o CD em espanhol. Mas, em se tratando de Calypso, isso não chega a ser uma surpresa. A banda é conhecida por lançar discos de forma independente. O primeiro compacto foi gravado dessa forma e vendido nos mercados populares de Belém a preço de custo. Vendeu 500 mil cópias. A intenção de se tornar conhecidos sem depender de terceiros fez mais do que apresentar a banda ao país. Criou um novo modo de se relacionar com o público. "Por isso, não temos problemas com pirataria. Nosso público compra nosso CD porque pode pagar por ele. Não cobramos mais do que R$ 10 por cópia", ressalta Joelma. Surpresa Sempre ao lado do guitarrista Chimbinha, marido e líder do grupo, a loira, do alto de seus 36 anos e 15cm de bota, intercala as respostas com gostosas gargalhadas: sim, ela é simpática mesmo. Para quem se acostumou a vê-la na TV em roupas apertadas e de forma rebolativa, a primeira impressão é de surpresa: Joelma é baixinha, tem 1m52 e é magrinha. "Estou acostumada a provocar essa surpresa", diz a artista, que define seu corpo em sessões semanais de musculação. Chimbinha também surpreende: não ostenta mais o topete que era sua marca registrada. Faz um estilo mais low profile e se adianta quando as perguntas enveredam pelos assuntos mais técnicos da música. "Essa é a parte dele", passa a bola Joelma. É Chimbinha quem explica o motivo de fazer a pós-produção do CD nos EUA. "Eles têm os melhores músicos e estão acostumados a tirar o som dessa turma que faz um som consagrado", argumenta. E aproveita para ressaltar que a mudança não vai descaracterizar o Calypso. Pelo contrário. "Continuaremos os mesmos, mas com uma levada mais pop, para ser tocada em qualquer rádio", finaliza o músico. Esse novo Calypso - de roupagem pop - será um mistério até que Joelma consiga o tradutor de espanhol e finalize o trabalho que pretende incluir no pop latino a banda paraense de maior sucesso nacional. Ponto a ponto - Joelma Público de Brasília "É que nem o do Norte e o do Nordeste, o pessoal se acaba de dançar. No Sul, em São Paulo, eles gostam mais de ouvir, são mais quietinhos." CD só para fãs "Está nos nossos planos. Eles conhecem músicas que nós nem sequer gravamos. Seria uma espécie de agradecimento por tudo o que já fizeram por nós." Concentração "Antes dos shows, descanso, evito falar muito, telefone. Ensaiamos apenas uma vez. Shows são desgastantes, temos de ter uma preparação física como a de um jogador de futebol." Visual "Estou à procura de um novo visual para a banda. Ainda não o encontrei, mas estou procurando." Caçula "Quero que siga os próprios sonhos. Ela é muito afinada e ama música. A gente percebe que ela gosta disso. Já nasceu assim. Se ela quiser, terá nosso apoio."

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