Nos shows de Isabella Taviani, o público predominantemente feminino costuma se descabelar quando ela solta a voz de timbre grave, nos primeiros versos de Luxúria: ;Dobro os joelhos/ Quando você me pega/ Me amassa, me quebra/ Me usa demais;; Com um arsenal de canções de forte apelo erótico, a cantora e compositora carioca arrebanha legião de fãs por todo o país, em apresentações lotadas. Foi assim há um mês e meio quando fez show no Teatro Oi Brasília e certamente não será diferente hoje, às 19h, ao participar do projeto Vitrine MPB, na praça central do Pátio Brasil, onde é esperado público expressivo (até porque o acesso é gratuito). Haverá também a participação de Roberta Sá, outra destacada representante da nova geração da MPB. O que a cantora vai mostrar é o show Meu coração não quer viver batendo devagar, nome também do álbum lançado no segundo semestre de 2009, o quarto da carreira da artista, iniciada em 2003. No repertório, músicas desse trabalho, como Arranjo (em parceria com Zélia Duncan), Argumentos da vida (com Jorge Vercilo) e Eu não moro na sua vida (com Dudu Falcão) e o hit Presente-passado, que integrou a trilha da novela Viver a vida. Acompanhada pelo violonista e guitarrista brasiliense Marcos Vasconcellos, integrante da banda, ela interpretará ainda sucessos anteriores, muito aguardados pelos admiradores, a exemplo de Digitais, Foto polaroid, Borboleta e risos, Iguais, Atrevida e, claro, Diga sim pra mim; além das releituras de Um dia um adeus (Guilherme Arantes) e Sob medida (Chico Buarque), gravada para a trilha de Caminho das Índias. Para Isabella, trilha de novela é uma mídia importante, que pode alavancar a carreira do artista, principalmente daquele que ainda não é conhecido pelo grande público. ;Mas é necessário que se tenha um trabalho consistente, que chegue às pessoas como algo verdadeiro. É isso que sempre busquei passar para o público. Sou uma pessoa, uma artista movida pela emoção que, na minha música, prevalece sobre a estética;, afirma. Ouça trecho de Presente-passado, com Isabella Taviani Mesmo assumindo seu lado exagerado, Isabella se vê mais suave no novo trabalho. ;Entre os 16 e 22 anos, fui cantora lírica, com o registro de soprano dramático. Ao mesmo tempo, cantei na noite, em bares de Santa Tereza, de Botafogo e da Barra da Tijuca, o que ajudou a moldar o meu estilo. Mas confesso: a suavidade interpretativa, observada em canções do Meu coração, reflete o momento que vivo.; Com a experiência adquirida ao longo da carreira, a cantora consegue lidar bem com as fãs mais afoitas, sempre dispostas a se manifestar de forma, digamos, excessivamente calorosa. ;As pessoas têm toda a liberdade para se manifestar, mas procuro ter controle da situação, para evitar excessos.; Isabella fala com entusiasmo do fã clube brasiliense Peixinhos do Planalto, presidido por Cris Barufe. ;Ela criou uma página no Twitter, intitulada A voz de Taviani, que veicula minhas músicas;, revela. Intérprete cool Ao contrário de Isabella Taviani, Roberta Sá, a convidada do Vitrine MPB, é uma intérprete de estilo cool. A cantora nascida no Rio Grande do Norte, que vive no Rio de Janeiro desde a infância, terá a companhia do violonista Rodrigo Campelo, com quem tem trabalhado desde o começo da carreira. Em sua participação, ela vai interpretar quatro músicas ; não anunciadas ; do seu repertório. Pelo menos uma, poderá ser do Quando o canto é reza, CD gravado com o trio instrumental Madeira Brasil (Marcello Gonçalves, Zé Paulo Becker e Ronaldo do Bandolim). O álbum recém-lançado, produzido pelo marido Pedro Luís, é todo dedicado à obra de Roque Ferreira. Para ser fiel à arte do compositor baiano, ela canta ;mais para fora;. Há a possibilidade de as duas juntarem as vozes no bis. VITRINE MPB Show da cantora e compositora carioca acompanhada pelo violonista e guitarrista Marcos Vasconcellos, com a participação especial de Roberta Sá e do violonista Rodrigo Campelo. Hoje, às 19h, no Pátio Brasil (Avenida W3 Sul). Entrada franca. Classificação indicativa livre.