Diversão e Arte

A atriz Eva Mendes revela: 'posso ser sexy, mas quero fazer de tudo como atriz'

Agência France-Presse
postado em 06/08/2010 08:47
Los Angeles - A atriz americana Eva Mendes busca desafiar o estigma de mulher sexy: "eu também quero ser divertida e dramática, e tirar vantagem de tudo o que posso ser como atriz", disse à AFP a comediante de raízes cubanas que sonha em se tornar 'garota Almodóvar'. "Eu posso ser a mulher sexy, e isso faço bem, mas também quero ser divertida e dramática, e tirar vantagem de todas as outras coisas que posso ser como atriz", disse Eva na suíte de um hotel de Beverly Hills. Com um ar de diva de Hollywood dos anos 1950, Eva apareceu com um vestido vermelho, de uma manga, e saltos muito altos, para falar da faceta divertida que mostra em "Os Outros Caras", uma comédia protagonizada por Will Ferrell e Mark Wahlberg, que estreia na sexta-feira na América do Norte. "Esta não é minha primeira comédia, mas é a primeira vez que me deixam improvisar tanto. Adoro improvisar", disse a atriz de 36 anos, associada a personagens sensuais e que, nos últimos meses, participa da campanha publicitária de uma empresa de roupas, que também explora seu erotismo. "Realmente acredito ser divertida, porque posso fazer de tudo para fazer rir", disse a atriz de "Hitch - Conselheiro Amoroso" (2005) que em "Os Outros Caras" interpreta a mulher de um policial (Ferrell), homem brega de trajetória obscura no departamento policial de Nova York. Eva Mendes revelou que uma vez que finaliza ou prepara um personagem, é "muito dura" consigo mesma. "Às vezes assisto muitas vezes junto com minha professora de atuação". Como atriz coadjuvante, ganhou boas críticas na Europa, onde trabalhos como "Os Donos da Noite" (2007), do cineasta americano James Gray, tiveram mais repercussão na França, por exemplo, do que nos Estados Unidos. "A verdade é que me sinto igual", responde, hesitante, ao ser questionada sobre se se considera mais famosa na Europa do que em seu país. E afirma: "nunca me ofereceram um filme francês. Jean-Pierre Jeunet (diretor de "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain", 2001) é um de meus diretores favoritos", por exemplo. "Há muitos diretores franceses contemporâneos incríveis com os quais me fascinaria trabalhar", disse, mexendo no cabelo. Mas, "ai meu Deus, latino-americanos também", afirma em um espanhol com forte sotaque cubano, interrompendo a entrevista em inglês, para expressar sua admiração pelos mexicanos "Alejandro Iñarritu, Alfonso Cuarón, Guillermo del Toro e (o venezuelano) Jonathan Jakubowicz". "Como atriz, estou aberta a tudo, comédias musicais, comédias de humor negro, histórias de amor. Quero fazer tudo", e acrescenta: "gostaria de algo realmente complexo, algo como Anna Karenina, uma história de amor trágica e realmente dramática". Perguntada sobre se essa abertura tem a ver com o fato de que em Hollywood diminuem as ofertas para a trizes que se aproximam dos 40 anos, Eva respondeu: "eu, na verdade, espero que com a idade os papéis sejam menos sexies e mais interessantes". Ela cita como exemplo Meryl Street e as protagonistas do filme independente do momento "The Kids Are Alright", Julianne Moore (49 anos) e Annette Bening (52), que são sucesso de crítica. "Elas são mais velhas e se permitem brilhar de forma real, e isso para mim é muito positivo", disse Mendes, acompanhada de sua mãe cubana nesse dia de entrevistas. "As coisas estão mudando. As mulheres tornaram-se uma força em Hollywood, somos diretoras, roteiristas", disse a atriz que está em meio à sua primeira tentativa como diretora de um curta-metragem, "California Romanza", como iniciativa de uma revista para mulheres. Mas Eva Mendes sabe que seu caminho continuará sendo a atuação e, assim, sonha em participar de um filme de Pedro Almodóvar, "sempre digo isso a ele quando vou à Espanha". "Adoraria fazer um filme todo em espanhol. Com Javier e Penélope", declara, em espanhol, apesar de ter ajuda de uma intérprete, que a corrige sempre que o inglês, que fala desde pequena, quer se impor.

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