Diversão e Arte

Argentino Antigua e pianista americana Judy Carmichael cativam público de Brasília

postado em 07/08/2010 07:00
Quando o músico argentino Juan Manuel Klappenbach adentrou no palco do Teatro Oi Brasília, na quinta-feira, última noite do festival I Love Jazz, já se podia esperar o que o grupo Antigua Jazz Band aprontaria. Com uma mala preta a tiracolo e fazendo caras e bocas, o clarinetista e saxofonista cativou a plateia de cara. Dali por diante, a entrada dos demais integrantes do grupo argentino foi também performática a animada. Já saíam das coxias dançando, balançando a cabeça ou mesmo cantando.

Clássicos de Duke Ellington como The mooche e Rockin; in rhythm animaram a plateia, que praticamene lotou o teatro. Porém, uma das canções que conquistaram o público foram Hyena stomp, de Jelly Roll Morton, que como o nome sugere, conta a história de uma hiena. ;É interessante como no jazz temos tantas canções em homenagens aos bichos. Essa foi feita em função de um animal bem engraçado e que adora rir. E a melodia não poderia ser diferente. Bem engraçada também;, comentou Pablo Scenna (banjo e guitarra).

Durante a apresentação dessa música, os integrantes do Antigua dispararam a rir e acabaram provocando gargalhadas na plateia também. ;Agora vamos tocar mais uma em homenagem aos bichos. Dessa vez, em vez do grupo todo, vamos ter aqui um trio de animais, ou melhor, de músicos;, brincou Scenna se referindo a ele próprio, o contrabaixista Nicanor Suárez e o baterista Hernán Avella. Era Tiger rag, que fala sobre um tigre.

Um dos pontos altos do show foi uma espécie de disputa musical que acontece entre os integrantes, especialmente entre os músicos de instrumento de sopro. Enquanto um toca La vie en rose, o outro ataca com Fascinação. Até Ilariê teve nesse confronto musical. Tudo para ver quem cativava e divertia mais o público.

Amor pelo Brasil
A descontração e as brincadeiras com os espectadores também estiveram presentes na segunda atração da noite, a pianista norte-americana Judy Carmichael e sua banda. Fã do Brasil, ela abusou do português, inclusive usando gírias: ;Oi, galera. Boa-noite. Acho português e os brasileiros muito sexys. Mas minha cuca funde porque é uma língua muito difícil;, bradou logo que subiu ao palco.

Para abrir o show, Judy escolheu duas de suas canções favoritas, como ela mesmo afirmou: The lamp is low, de Peter de Rose e Bert A. Shefer, e You;re driving me crazy, de Walter Donaldson. Judy Carmichael mostrou em Handful of keys porque ficou conhecida como a rainha do stride (técnica rítmica popularizada pelos jazzístas da época da Primeira Guerra Mundial) e arrancou aplausos fervorosos do público.

[SAIBAMAIS]Fazendo piadas, especialmente com os fotógrafos que cobriam o evento, ela disparou: ;Estou me sentindo uma Paris Hilton, com tantos paparazzi por aqui. E olha esse aqui em baixo (se referindo ao fotógrafo que estava embaixo do palco). Adoro homens que ficam aos meus pés;, brincou. E fez muitas poses para a câmera sentada no colo do guitarrista Chris Flory.

Ao fim da apresentação, que foi encerrada com um clássico de Gershwin I got rhythm, Judy mais uma vez demonstrou todo o seu carinho pelo Brasil e agradeceu o calor do público. ;Só de estar neste país já fico muito feliz. Muito obrigada;, declarou.




Eu fui
Antigua Jazz Band misturam humor e performance para fazer um show de primeira, enquanto a norte-americana Judy Carmichael seduziu plateia com gírias e frases em português: I Love Jazz fechou com chave de ouro;Eu vim em todos os dias do festival e é sempre muito bom ouvir jazz, ainda mais em Brasília, que isso é raro. Gostei muito do Antigua Jazz Band. Eles são muito performáticos e divertidos, e isso conquista o público;
Rodrigo Westin, 33 anos, chef de cozinha







;Amo jazz. É uma música muito criativa, inspiradora e a gente sente a vibração da melodia vinda do palco. Precisamos de eventos como esse aqui na cidade, com uma música de qualidade;
Juliana Sedelmaier, 37 anos, designer de joias

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