postado em 12/08/2010 07:00
Em vez de estrelas ou cenários milionários, energia e comunicação com o público, por meio de músicas populares e coreografias que desafiam a gravidade ; a da lei da física e o sinônimo de circunspecção e austeridade. ;Nossa marca é a conexão com o público, que participa, identifica-se com os artistas e se inspira. Não importa ser perfeito porque a vida não é perfeita. O que a gente tem para transmitir é felicidade;, define Alex Schlempp, diretor da AntiGravity, companhia nova-iorquina que se apresenta, na noite de hoje, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro.Fundada há 20 anos pelo ex-ginasta e ator da Broadway Christopher Harrison, atualmente no cargo de diretor artístico, a AntiGravity é uma companhia acrobática/aérea, cujas coreografias mesclam dança, skate, Xgames, ginástica olímpica e esportes urbanos, sempre desafiando as leis da física e os limites do corpo. Dos 300 artistas, distribuídos na sede, em Nova York e em centros de treinamento em Orlando, Las Vegas e Toronto, 22 estão em turnê pelo Brasil e pela América do Sul. O espetáculo AntiGravity Brasil 2010 passou ontem por Belo Horizonte e seguirá para Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Schlempp conta que a apresentação brasileira terá pitadas de tempero local, sob influência das oficinas que o grupo ministrou em várias capitais, no mês passado. ;Há músicas, movimentos e brincadeiras que vão soar familiares ao público;, explica ele. As oficinas, nas mesmas cidades onde o AntiGravity se apresenta, foram, para Schlempp, uma grata surpresa. Os oito artistas e o diretor se emocionaram com a receptividade dos participantes, muitos moradores de comunidades carentes. ;Percebi que viemos para ensinar e para aprender. Eles nos mostraram o samba, a capoeira, o frevo. Foi uma troca para todas as pessoas envolvidas;, lembra.
Posse de Obama
Os membros da AntiGravity são ex-bailarinos e ex-atletas de alto desempenho com fôlego e físico para encarar os desafios propostos pelo diretor artístico Christopher Harrison. Os integrantes também se valem de acessórios especialmente confeccionados para o grupo, como botas fabricadas na Alemanha, cuja função é atenuar o impacto nas articulações de dançarinos-atletas, que executam saltos de até quatro metros. Trampolins, elásticos, carrosséis e cubos aéreos são outros itens que auxiliam as performances da trupe.
O estilo exclusivo e vigoroso da trupe faz com que eles sejam frequentemente chamados para se apresentar em empresas, shows, clipes e eventos de artistas famosos, como George Lucas, Stephen Sondheim, Robert de Niro e Jennifer Lopez. Na última premiação do Grammy, a cantora Pink treinou seis meses com um dos coreógrafos da companhia para que pudesse se apresentar no estilo do AntiGravity, dançando e cantando suspensa no ar por uma corda elástica.
Para o diretor da AntiGravity, Alex Schlempp, a apresentação na posse do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi o evento mais importante da carreira do grupo. ;Éramos os únicos da dança, os outros eram atores ou cantores, como Leonardo di Caprio, Beyoncé. Dividimos o mesmo camarim, felizes, sem disputa de egos. Foi o maior momento de nossa carreira até chegar ao Brasil;, assinala.
ANTIGRAVITY BRASIL 2010
Com a companhia norte-americana. Hoje, às 21h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro (Setor Cultural Norte; 3325-6239). Ingressos a R$ 60 e R$ 30 (meia). Vendas também pelo 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br. Duração de 90 minutos.
Não recomendado para menores de 12 anos.