postado em 13/08/2010 07:00
Os zumbis, por incrível que pareça, já não são mais os mesmos. A evolução de uma raça fictícia é percebida a olhos vistos. Em A noite dos mortos vivos (1968), o clássico filme dirigido por George A. Romero, eles se movimentam devagar, quase parando. Mesmo assim são capazes de se transformar em uma arma letal. Foi com esse filme que Romero lançou as bases do que seria o arquétipo da criatura que vem protagonizando uma imensa quantidade de filmes, games e HQs lançados no mercado e aterrorizando o público nos últimos anos. ;É absolutamente imprescindível associar George A. Romero a Maximilliam (Max) Brooks para se estabelecer o biótipo de um zumbi clássico. O diretor não foi o primeiro a fazer filmes de zumbis, mas foi quem deu cara ao gênero;, explica o pesquisador Tiago Belotti, diretor do filme Capital dos mortos (o primeiro do gênero produzido em Brasília). Já Brooks vem se consagrando como escritor, primeiro com o lançamento do livro Guia de sobrevivência a zumbis (um milhão de exemplares nos países de língua inglesa)e agora com o lançamento de Guerra mundial Z.
Em Madrugada dos mortos (2004), o diretor Zack Snyder (300 e Watchmen), transformou os mortos-vivos em maratonistas turbinados, no nível de um Usain Bolt. ;É importante salientar que Romero sugere que os zumbis são criaturas que podem evoluir. No seu terceiro filme Dia dos mortos (1985), o personagem Bub mostra sinais de comportamento social adequado e lembranças de sua vida pregressa;, aponta Belotti. Como numa epidemia, a nova moda contaminou até o mestre Romero. Em Terra dos mortos (2005), o diretor veterano retratou zumbis capazes de estabelecer comunicação primitiva e o manejo de ferramentas. Uma metáfora da evolução humana.
;Na minha opinião, os filmes com zumbis lentos são melhores. Eles são claustrofóbicos, e mesmo parecendo que você pode passar por eles tranquilamente, mas se um deles esticar o braço e te arranhar, já era. Isso é aterrorizante;, qualifica o diretor. A pedido do Correio, Belotti enumerou as principais diferenças entre o zumbi clássico (segundo Romero e Brooks) e o que tem sido representado.