postado em 19/08/2010 07:00
As apresentações de hoje a domingo na Caixa Cultural talvez sejam as últimas chances de os brasilienses conferirem o espetáculo A descoberta das Américas. Em cartaz há cinco anos com o monólogo, escrito pelo italiano Dario Fo, o ator Júlio Adrião acredita que, em 2011, vá finalmente desgarrar-se do fanfarrão e aventureiro Johan, que embarca numa das caravelas de Cristóvão Colombo rumo ao Novo Mundo. As aventuras, contadas no palco com vigor e originalidade, renderam o Prêmio Shell de melhor ator a Adrião, em 2005, além de sucesso de público e crítica especializada. A peça esteve na capital uma única vez, há quatro anos, no Cena Contemporânea.;Tenho lido alguns textos que amigos me botam na mão, ainda sem nenhum compromisso. Cinema eu faria ;felizão;, me dedicaria por um ou dois anos se tivesse oportunidade. Talvez não seja meu patrão por um tempo para estar com outras pessoas, me alimentar de outras energias, trocar;, cogita, ainda sem nada em mente.
Ele conta que sua mulher ri toda vez que promete encerrar a carreira do espetáculo, porque já faz esse plano há três anos. Para demovê-lo, sempre surgiam novas oportunidades de levar a peça a novos locais e a participar de iniciativas que o cativavam, como o Teatro nas universidades (projeto de Paulo Goulart e Nicette Bruno que circula peças teatrais em ambiente estudantil), encontros de literatura e festivais em Portugal. Em setembro, o espetáculo estará em Cabo Verde, na África. E ainda está sendo negociada uma ida a Moçambique e Angola, em novembro. ;Dificilmente outro projeto artístico me levaria a tantos lugares, porque é muito fácil transportá-lo. Esse espetáculo me representa bem, traduz a minha história no teatro, meu amadurecimento ao longo de 20 anos trabalhando.;
Com base no processo de trabalho da peça, Júlio Adrião criou uma didática em cima de sua metodologia de trabalho na peça, que virou o curso de férias O ator no solo narrativo, na Casa de Artes Laranjeiras (CAL), no Rio. Esse, por sua vez, foi o pontapé inicial para que um dos alunos, João Ricardo Oliveira, montasse o espetáculo Roliúde, em cartaz no Cultural da Justiça Federal. ;Tem a minha mão ali, mas a peça é dele;, diz
A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS
De hoje a sábado, às 21h, e domingo, às 20h. 90 minutos. Caixa Cultural. Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia). Classificação indicativa: 14 anos.