postado em 10/09/2010 08:08
Depois de descobrirem que um grupo já se chamava Hell Yeah, o guitarrista André Morale e a baixista Bianca Martim fizeram uma lista de palavras para criar outro nome para a banda que tinham acabado de montar. "Foram horas e horas pensando em um nome. Sempre sobre o universo obscuro do rock: barulho, sujeira, rebeldia, maldade%u2026 Daí veio a combinação rebel shot (respectivamente, rebelde e tiro, em inglês). Depois colocamos o party (festa) para tirar um pouco a seriedade e parecer mais festeiro, pois é mais a cara da banda", explica o guitarrista de 26 anos.
A capa de Do lado errado, primeiro EP da Rebel Shot Party, passa bem esse clima. A arte feita pelo ilustrador Gabriel Góes (revistasamba.com) mostra caveiras biritando, fantasmas jogando cartas, mortos-vivos tocando guitarra e outros tipos simpáticos numa festa dos infernos. A música que sai das caixas de som - um rock direto e dançante, de guitarras altas e pegada punk - é a trilha sonora do encontro.
Bianca e André são ex-integrantes da High High Suicides. O som das duas bandas guarda algumas semelhanças, como as influências de punk rock e de bandas garageiras (The Sonics, MC5, Ramones, Hellacopters etc.). Mas André não considera seu projeto atual uma continuação do anterior. "Buscamos sons diferentes e somos um power trio, o que muda muito a nossa dinâmica para tocar ao vivo e em estúdio", detalha o guitarrista. "Acho que aproveitamos os frutos da nossa parceria, mas não da ex-banda", continua Bianca, 32 anos.
Talvez o principal diferencial seja o idioma das composições, todas em português. "Compor rock em inglês é mais fácil, sonoro e simples, as palavras rimam mais facilmente. Mas cantar em português é tão mais legal! As pessoas prestam mais atenção. E tantas bandas já fizeram coisas interessantes na nossa língua que resolvemos tentar", explica André.
Para completar a formação, o casal convidou o amigo Iaran Ferreira, 30 anos, para a bateria. Juntos desde o começo do ano, o trio vem ensaiando para compor material próprio. As seis primeiras músicas foram gravadas no estúdio Macaco Malvado, do produtor Gustavo Bill.
A baixista e o guitarrista têm um longo histórico no underground no Distrito Federal, tanto com passagens por outras bandas quanto produzindo eventos - Bianca, por exemplo, tocou no Bulimia e no Pulso e é fundadora do selo Protons. A experiência ajuda a banda a ter os pés no chão. "Ter banda, tocar e criar faz parte do meu estilo de vida, é parte importante do que eu sou. Viver sem isso é muito chato! Essa banda foi montada sem pretensões, sem cobranças e sem chatices. Ela vai até onde a gente achar que vale a pena bancar (risos)", diz Bianca.
Para os próximos passos, no entanto, não custa sonhar alto. "Queremos tocar em todos os lugares possíveis e ter muita diversão", afirma André. "Fazer mais shows que o Luan Santana", brinca a baixista.
REBEL SHOT PARTY
Conheça a banda em www.myspace.com/rebelshotparty. O trio se apresenta hoje, às 22h, no Blackout Bar. Leia sobre o evento na coluna Fuzzbox.