Diversão e Arte

Bandas se revezam nos palcos montados para a 13ª edição do Porão do Rock

postado em 11/09/2010 15:16

Onze horas de shows ininterruptas. Três palcos. Trinta e três bandas ; 17 locais, 12 nacionais e quatro internacionais. O Porão do Rock chega à 13; edição e mantém a tradição de maior festival independente de rock do Brasil. Por questão de contenção de despesas (o dinheiro que a banda receberia da Secretaria de Cultura via Fundo de Apoio à Cultura, FAC, não foi repassado), este ano o evento será realizado em apenas um dia. Hoje à tarde, o Porão dá a largada para a maratona de apresentações, que só terminam na madrugada.

Uma das novidades da edição 2010 é a utilização de três palcos (idênticos em estrutura) simultaneamente, um deles no interior e dois montados na área externa do Ginásio Nilson Nelson. O Palco GTR (dentro do ginásio) concentrará as bandas de som mais pesado (metal, hardcore e vertentes). O quarteto paulistano Mindflow é um dos principais nomes nacionais do prog-metal. Ex-Angra, André Matos retorna à cidade para apresentar sua carreira solo. Quem está de volta ao Porão são os veteranos do Korzus. A banda Musica Diablo é um projeto paralelo de Derrick Green, vocalista do Sepultura. O saravá metal dos cariocas do Gangrena Gasosa promete trazer peso e irreverência ao Palco GTR.

As atividades no Palco Pílulas começam às 17h30. Na seleção, bandas de rock com temperos de rockabilly, punk, psychobilly, metal e rock clássico. Os argentinos Los Primitivos tocaram na versão portenha do Porão (no ano passado, em Buenos Aires) e chegam a Brasília para dar continuidade ao intercâmbio. Os espanhóis do The Right Ons foram um dos destaques do festival Primavera Sounds (Barcelona). Autoproclamada ;a maior banda de rock;n;roll do mundo;, a norte-americana Supersuckers injeta bom humor, country e punk em seu garage rock. O trio Autoramas, divulgando seu disco acústico, mostra que a banda não perde seu vigor com violões em punho.

Quem quiser conhecer o show da turnê do disco Música de brinquedo, o recém-lançado álbum do Pato Fu, terá de esperar. A apresentação dos mineiros, uma das atrações do Palco Chilli Beans, será no formato tradicional. Também com trabalho novo na praça, os recifenses do Mombojó mostrarão as músicas de Amigo do tempo. Antes deles, quem sobe ao palco são os brasilienses do Watson, destaque da cena local que lançou o primeiro disco este ano.

Referência no hip-hop brasileiro, o rapper Gog fará sua primeira participação no Porão. Com um rock repleto de elementos eletrônicos, os capixabas do Zemaria se transformaram em nome em ascensão no cenário alternativo.

Os americanos do She Wants Revenge (leia a entrevista com o vocalista e guitarrista Justin Warfield) ficaram conhecidos em 2006 com músicas ao mesmo tempo sombrias e dançantes. Um dos últimos shows do Porão 2010 é também um dos mais alucinados: o da banda brasiliense Galinha Preta.

O festival é gratuito, mas os interessados devem retirar seus convites antes e doar 1kg de alimento para a campanha Rock contra a Fome, da ONG Porão do Rock.

PORÃO DO ROCK
Hoje, a partir das 17h, no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson. Entrada franca mediante apresentação de convite retirado nas lojas Chilli Beans, Subway e BR Mania (ou impresso do site www.poraodorock.com.br) e a doação de 1kg de alimento não perecível. Não recomendado para menores de 16 anos.

Quatro perguntas - Justin Warfield

A música do She Wants Revenge é dark e dançante.Algumas pessoas a chamam de darkwave. Como vocês a definem?
Originalmente, nós descrevíamos a nossa música como dark e dançante porque parecia a maneira mais fácil e direta de comunicar os fundamentos do que vem à mente quando alguém ouve o nosso material. Ainda que definitivamente rock;n;roll e dance music, essa parecia uma melhor definição do que outros rótulos que as pessoas atribuíam a ela, tais como darkwave ou gótico, o que nós achamos muito limitador e pouco indicativo do que fazemos.

Em 2008, você criaram o próprio selo, Perfect Kiss. O que muda para vocês entre estar em uma grande gravadora e um selo independente?
Nós saímos da Geffen quando percebemos que eles haviam perdido a habilidade ou o desejo de promover ou divulgar a nossa banda. Desse ponto em diante, nós nos promovemos fazendo shows e gravamos dois EPs nos últimos três anos. Estar em selo grande é fantástico quando eles estão animados com o que você faz, mas quando não estão, é péssimo. Embarcamos nessa com os olhos bem abertos e conscientes de que haveria apenas um período de atenção e interesse que receberíamos deles. Nosso objetivo era conseguir público por meio das turnês e fazer grandes discos de forma que não precisaríamos mais dos grandes selos. É muito bom fazer música com uma parceria que realmente acredita no que estamos fazendo e nos apoia em qualquer circunstância.

Em 2009, vocês lançaram o EP Up and down e falaram sobre um novo disco. O que você pode adiantar sobre ele?
Estamos trabalhando nele há alguns meses. Tem levado esse tempo todo porque estamos vivendo nossas vidas e naturalmente chegando ao ponto de estar prontos para fazer nosso terceiro disco. Ainda que tenhamos feito toneladas de músicas desde o último álbum, apenas nos últimos três meses começamos a ter uma direção clara, um som e um conceito em mente. Preferimos não falar sobre isso até que o disco seja lançado. Ele estará pronto dentro de um mês.

No MySpace do She Wants Revenge, artistas brasileiros como Caetano Veloso, Tom Jobim, Jorge Ben e João Gilberto estão na lista de influências da banda. O que eles trazem para a música de vocês?
Esta é uma pergunta melhor para o Adam, pois foi ele quem listou esses artistas. Como DJ, músico e fã, ele sempre esteve muito ligado em música brasileira. Pessoalmente, não conheço muito, com exceção do que ele me mostrou. Mas o que ouvi de João Gilberto e Caetano Veloso achei realmente incrível.

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