Irlam Rocha Lima
postado em 22/09/2010 08:00
Pixinguinha e Benedito Lacerda realizaram, na década de 1940, uma série de 40 gravações antológicas, numa parceria de flauta e sax, em que privilegiaram o repertório do choro. Esse trabalho da dupla e mais edições de músicas e lançamento de álbuns de partituras contribuíram para o pagamento da hipoteca da casa do criador de Carinhoso e impediram o mestre de ser despejado.
O legado da dupla sempre despertou o interesse do flautista e saxofonista Mário S;ve . Há cinco anos, o flautista se juntou ao saxofonista David Ganc na gravação e lançamento do CD Pixinguinha Benedito, com a releitura de temas como Descendo a serra, Coxixando, Cheguei, Displicente e variações sobre o clássico Urubu malandro.
De volta à obra dos mestres, S;ve e Ganc elaboraram um livro/CD que reúne os contrapontos criados pelo sax de Pixinguinha, transcritos e organizados com a melodia gravada pela flauta de Benedito Lacerda. Isso foi possível a partir das antológicas gravações dos dois. O livro traz encartado CD play-a-long com o registro das músicas em versão integral e sem a flauta e sem o sax tenor, para serem estudadas e praticadas em diversas formações instrumentais.
Sob o título de Choro duetos, a obra, editada pela tradicional Irmãos Vitale, já foi lançada no Rio de Janeiro, Salvador e durante festival em Viçosa, no interior do Ceará. De hoje a sexta-feira, às 21h, será a vez de o brasiliense tomar contato com rico material em show que S;ve e Ganc farão no Clube do Choro pelo projeto Brasília, 50 Anos ; Capital do Choro. Eles terão a companhia dos músicos brasilienses Fernando César (violão seis cordas), Henrique Neto (violão sete cordas), Márcio Marinho (cavaquinho) e Valério Xavier (pandeiro).
Entre as músicas a serem ouvidas pelo público estão: Acerta o passo, Ainda me lembro, Os oito batutas, Proezas de Solon, Sedutor, Segura ele, Sofres porque queres, Um a zero e Vou vivendo. ;Além dos temas reunidos no Choro duetos, faremos releituras de músicas do Pixinguinha Benedito, com arranjos criados por mim e pelo David;, anuncia S;ve.
O flautista lembra que essa é a sua quarta participação em projetos do Clube do Choro. ;Já estive no clube com o grupo Nó em Pingo D;Água, com a Daniela Spielaman, quando lançamos o CD Choros, por que sax?; e numa outra oportunidade;. Para S;ve, a possibilidade de apresentar-se na capital ;é sempre motivo de alegria;.
Ele atribui uma grande importância à cena do choro em Brasília, e afirma: ;O trabalho desenvolvido no Clube do Choro e na Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello é hoje reconhecido nacional e internacionalmente. Deles, saíram músicos excelentes, que, hoje, brilham inclusive no exterior, como Hamilton de Holanda, Rogério Caetano e Gabriel Grossi;, elogia.
Ouça a música 1 x 0, de Mário Sève e David Ganc