postado em 26/09/2010 16:41
No verão de 2007, um musical brasileirÃssimo foi o espetáculo mais assistido no Rio de Janeiro. Era Sassaricando - E o Rio inventou a marchinha, que depois de ser levado a outras capitais - inclusive BrasÃlia, onde cumpriu temporada de duas semanas no Teatro da Caixa - voltou à origem e continuou sendo apresentado até fevereiro último.
Ao idealizarem Sassaricando, o jornalista, pesquisador e biógrafo Sérgio Cabral e a historiadora Rosa Maria Araújo buscaram radiografar e resgatar as marchinhas, focalizando o perÃodo de 1920 a 1970, para contar a história do carnaval brasileiro. Diante do sucesso, não faltou quem sugerisse aos autores a criação do Sassaricando 2, até porque havia, ainda, um vasto material a ser explorado.
Cabral e Rosa Maria, porém, não quiseram se repetir, mesmo considerando que o grande baile carnavalesco teria que continuar. Foi aà que se propuseram a contar a outra parte da história, aquela contada pelos sambas. Os dois elaboraram então É com esse que eu vou ' O samba de carnaval na rua e no salão. "A primeira providência foi nos aprofundar numa pesquisa em torno de 2 mil sambas catalogados", conta Rosa Maria.
Já com um roteiro pré-elaborado, ela e Cabral chegaram aos 82 sambas que compõem o repertório. "O que chamamos de samba de carnaval é a música que dividia com as marchinhas a animação da folia carioca", explica a historiadora. Compositores como Ismael Silva, AlcebÃades Barcelos, Noel Rosa, Ary Barroso, Ataulfo Alves, Roberto Martins, Wilson Batista, Haroldo Lobo foram alguns dos que se dedicaram a criar sambas para o povo cantar no carnaval. "O passo seguinte foi convocar os encenadores Cláudio Botelho e Charles Möeller, responsáveis por alguns dos melhores musicais apresentados nos últimos anos no paÃs, para dirigirem o É com esse que eu vou, a exemplo do que fizeram em Sassaricando", destaca Rosa.
Ouça o samba O orvalho vem caindo, na voz de Makley Matos