postado em 05/10/2010 08:25
O septeto de artistas plásticos formado por Marlene Godoy, Ambrozina Coradi, Dilza Gomez, Nair Andrade, Nelci Boltah, Tuca Morhy e Zebina Ventura inaugura hoje a exposição A técnica da encáustica, que fica até 22 de outubro no Espaço Chatô (térreo do edifício sede do Correio Braziliense). Criados por meio de uma adaptação moderna da milenar técnica, os cerca de 50 quadros selecionados possuem temáticas diferentes de um autor para o outro. ;Não seguimos temas iguais, cada um criou do seu jeito. A semelhança é justamente o método, que rouba a cena das outras técnicas pelo seu brilho;, ressalta Marlene, responsável por ensinar o estilo aos outros seis. Na exposição, os brasilienses podem contemplar as figuras abstratas de Dilza, Nelci e Tuca; o folclore brasileiro retratado por Ambrozina; as cidades contemporâneas de Marlene; o pontilhismo de Zebina e as cores tropicais de Nair.A encáustica (nome que deriva do grego e significa gravar a fogo) nasceu na antiga Grécia e é considerada por muitos como o mais remoto meio para pintura mural e de cavalete. Ela se caracteriza pelo uso de diversos tipos de cera que, quando derretidas, servem para aglutinar os pigmentos com sua mistura densa e cremosa. A pintura é aplicada com pincel ou com uma espátula quente e, por secar e endurecer muito rapidamente, exige grande habilidade no manuseio de estiletes para que se possa concluir a imagem desejada. Outra forte característica desse estilo é o alto nível de resistência das obras, que podem durar séculos, quando bem desenvolvidas. ;Chego a colocar até remédio contra cupim nas madeiras que utilizo, assim meus quadros podem durar até 300 anos;, conta a professora Marlene.
Ela já viajou por diversas cidades do mundo com seu curso Cozinha artística, onde ensina passo a passo como utilizar ingredientes de cozinha (como ovo de galinha caipira, alho e iogurte) na criação de peças artísticas. Após passar por Nova York, Rio de Janeiro e ter vendido todas as peças expostas em Washington, ela chegou ao destino que mudaria sua carreira. Em Belém do Pará, conheceu Acácio Sobral, artista responsável por modernizar e ensinar o estilo que ela utiliza hoje. ;Ele evoluiu o método incluindo a utilização de panelas elétricas no processo de derretimento das ceras;, explica sobre o estilo, que antigamente levava na preparação cinzas de madeira e água. Segundo ela, os materiais também sofreram adaptações, como os novos tipos de cera que estão sendo usados. ;Aproveitamos as de abelha refinada, a de damar, a de carnaúba e até parafina;, atualiza.