Nahima Maciel
postado em 11/10/2010 14:53
Inaugurada na sexta-feira à noite, a 29; Feira do Livro de Brasília parecia estar ainda em processo de montagem durante o final de semana. No sábado de manhã, 18 estandes, entre os 157 disponíveis neste ano, ainda estavam vazios. Pelos corredores, pouca gente circulava e poucos livros ocupavam as prateleiras. Roupas, mochilas para crianças, artigos de papelaria, brinquedos, apostilas de concurso e estandes institucionais e de promoção de embaixadas formavam a maioria no enorme espaço do Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, que também abrigou a Feira da Gestante e do Bebê, durante o final de semana.
No centro da feira, o Espaço do Autor foi reservado para sessões de autógrafos e para a Arca das Letras, projeto de bibliotecas móveis do Ministério da Cultura. A ideia é que as pessoas possam sentar e ler os livros disponíveis. A tarde de sábado foi ocupada por palestras de dicas para passar em concursos públicos e lançamentos de livros do médico e pesquisador Rui Nogueira. À noite, foi a vez do grupo Oi Poema ; formado por Luís Turiba, Amneres, Angélica Torres Lima e Reza, além de Nicolas Behr, homenageado da feira neste ano ; realizar sessão de autógrafos e leitura de poemas. ;Não tinha coisa pior pra fechar o ano. Chamaram a gente e a gente veio, mas olha;, lamentava Turiba, ao constatar o espaço quase vazio. ;Acho melhor ter feira, mas ela é vítima desses atropelos políticos que ainda ressoam da Caixa de Pandora;, constata o homenageado Nicolas Behr. ;Há uma má vontade com a feira, uma espécie de boicote. A Feira do Livro de Brasília não acontece direito porque a Câmara do Livro está rachada politicamente. Eles têm que se unir. Chegou ao fundo do poço.; Tradicionalmente realizado pela Câmara do Livro do Distrito Federal, o evento neste ano contou com parceria da Associação de Bibliotecários do DF. Para a escritora Lucilia Garcez, que lançou o infantil Alfinete, o porco espinho no estande da Biblioteca Demonstrativa, a feira surpreendeu. ;Estou agradavelmente surpresa porque não acreditava muito no espaço. Mas o espaço está lindo. Agora falta as pessoas prestigiarem.;
Há apenas dois meses na presidência da câmara, Anderson Batista explica que teve 40 dias para realizar a feira. ;Bater na feira é fácil. Fizemos a feira possível. Aceitei fazer porque sou cidadão de Brasília;, diz Batista. Além de estandes vazios, ausência da maior parte das livrarias da cidade e das grandes editoras e de programação fechada às pressas, a 29; edição do evento não conta com um dos maiores atrativos em feiras de livro: os descontos. ;Não está compensando muito;, constatou a servidora pública Tatiana Rodrigues, 32, que circulou pelos estandes em companhia do marido, Iomone Rodrigues, 34. ;A gente estuda francês e sempre vamos à feira para comprar livros na Livraria Francesa, para a gente compensa.; Mas neste ano a livraria não participa do evento. ;O espaço é até melhor, mas como os estandes não estão montados, fica ruim. No Pátio Brasil, havia toda uma cultura em torno da feira, a gente sabia onde ir;, completa Iomone.
A Feira do Livro foi realizada no shopping Pátio Brasil durante os últimos 10 anos, mas a Câmara do Livro preferiu transferi-la para o Pavilhão de Exposições cedido pela Secretaria de Turismo para acomodar melhor as crianças. Apesar de suspenso o projeto Ler é legal ; que permitia a alunos da rede pública encontrar autores e comprar livros para as escolas ;, os organizadores da feira esperam receber este ano 45 mil alunos graças a parceria com a Secretaria de Educação.
Programação
Café Literário
10h30
Lançamento do CD
Um só gueto, a evolução
15h
Apresentação do Grupo Nova Era
19h
Sarau poético com Urdidura
de sonhos e assombros
Auditório
16h
Redação em concursos, com Vânia Araújo
18h30
Finanças pessoais, com Oto Morato