Diversão e Arte

Banda de Joseph Tourton apresenta as intenções de seu rock instrumental

postado em 15/10/2010 07:11

O quarteto pernambucano está em turnê até novembro e passará por nove estados em 31 showsQuem tem medo de rock instrumental? O estranhamento com bandas sem vocalista parece ter diminuído com o passar dos anos e os grupos com essa proposta estão cada vez mais em evidência. Nada mais natural do que esse reconhecimento, já que o rock instrumental é tão antigo quanto o rock cantado.

;Onde nós tocamos somos muito bem recebidos, nunca sentimos nenhuma diferença por sermos uma banda instrumental;, diz Diogo Guedes, 21 anos, guitarrista da recifense A Banda de Joseph Tourton. ;Só uma vez, quando tocamos num concurso e tiramos zero no quesito letra, mas isso não nos incomodou muito;, ele acrescenta, em tom de brincadeira.

Nascida em 2007, a banda foi batizada assim por conta do endereço do guitarrista e flautista Gabriel Izidoro, 19 anos. ;Joseph Tourton era o nome da rua que eu morava e onde começamos a ensaiar. Um dia, depois de um ensaio, íamos pedir uma pizza e eu não sabia o endereço. Quando perguntei para o meu pai, ele falou ;Rua Joseph Tourton;. Todo mundo ficou se olhando e o nome surgiu.; Além de Diogo e Gabriel, a banda conta com o baixista Rafael Gadelha, 19 anos, e o baterista Pedro Bandeira, 20.

A opção pelo som instrumental, conta Gabriel, veio naturalmente com os ensaios: ;Começamos a tocar e o que surgiu foram músicas instrumentais. Até o momento, ninguém da banda chegou com uma letra e uma melodia cantada. No dia em que isso acontecer, se for de qualidade, entrará sem problemas no repertório. Para cantar qualquer coisa, é melhor não cantar. Fazer música instrumental tem esta vantagem: cada pessoa tem a própria conclusão da música. Cada um pode pensar o que quiser com as melodias... é subjetivo;.

E a subjetividade está realmente ao lado d;A Banda de Joseph Tourton. Ao mesmo tempo em que suas músicas soam familiares, as referências não saltam aos ouvidos tão diretamente. Gabriel prefere o mistério na hora de comentar o que o influencia. ;Somos quatro integrantes e cada um é um universo musical diferente;, despista. Diogo já lista música jamaicana, hardcore, música brasileira, funk, soul, guitarradas do Pará e manguebeat como referências. E é possível, sim, ouvir um pouco de tudo isso no som do quarteto, mesmo que ; vale repetir ; utilizado de maneira subjetiva.

O resultado das ideias musicais da banda tem chamado a atenção em Recife e nas outras praças por onde eles vêm se apresentando. Atualmente, a banda está em turnê, a Fora do Eixo tour, com os argentinos da banda Falsos Conejos. Serão 31 datas até novembro, passando por cidades de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, finalizando em casa, com dois shows no Recife.

A estreia
Viabilizado com o patrocínio do programa Petrobras Cultural, o primeiro disco da banda, que leva seu nome como título, foi produzido por Felipe S e Marcelo Machado, respectivamente vocalista e guitarrista do Mombojó, e Rodrigo Sanches. ;São pessoas maravilhosas, que contribuíram imensamente para o disco, além de serem influência para todos da banda;, elogia Gabriel. As gravações foram realizadas no estúdio Das Caverna, em Recife, e a mixagem, no estúdio da gravadora Trama, em São Paulo. A masterização foi feita na Inglaterra, pelos profissionais da Streaky Mastering.

O encarte enumera as participações do trompetista paulistano Guizado, dos integrantes da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju Beto Mejía (flauta), Paulo Rogério (sax tenor), Esdras Nogueira (sax barítono) e Xande Bursztyn (trombone) e de uma turma de pernambucanos: Chiquinho, tecladista do Mombojó; o pianista Vítor Araújo; o percussionista Homero Basílio; China e Caio Lemoine (no coro da música Volta-seca). O disco é um lançamento do selo Coquetel Molotov.

Nas 10 músicas do álbum, o quarteto é bem-sucedido em driblar os desafios do rock instrumental. Os ganchos melódicos conduzem as canções, sugerindo climas e apontando mudanças de direção. Os instrumentos de sopro criam detalhes pontuais nos arranjos. As guitarras aparecem sempre bem colocadas, proporcionando momentos de excitação e calmaria. Sem palavras, A Banda de Joseph Tourton diz muito.

<--[if gte mso 9]> Normal 0 21 MicrosoftInternetExplorer4 <[endif]--><--[if gte mso 10]> <[endif]-->A BANDA DE JOSEPH TOURTON

Disco de estreia da banda pernambucana, produzido por Felipe S, Marcelo Machado e Rodrigo Sanches. Coquetel Molotov Discos, 10 faixas. Preço: R$ 15. Baixe o disco gratuitamente em www.josephtourton.com.br. HHH

<--[if gte mso 9]> Normal 0 21 MicrosoftInternetExplorer4 <[endif]--><--[if gte mso 10]> <[endif]-->SE GOSTOU, OUÇA

Burro Morto (PA)
Psicodelia, afrobeat e música brasileira são os ingredientes do quinteto paraibano. Ouça em www.myspace.com/burromorto.

Caldo de Piaba (AC)
Guitarrada, surf music e ska temperam o caldo musical desse trio acriano. Ouça em www.myspace.com/caldodepiaba.

Orquestra Camarones Guitarrística (RN)
Rock instrumental com influências diversas, pop e divertido. Ouça em www.myspace.com/camaronesorquestraguitarristica.

ruído/mm (PR)
O grupo curitibano investe no lado mais experimental e barulhento do rock instrumental. Ouça em www.myspace.com/ruidopormilimetro.

Vendo 154 (BA)
Instrumental baiano pesado, influenciado por hard rock, stoner e metal. Ouça em www.myspace.com/vendo147.

Worsa (DF)
A banda brasiliense aposta em experimentalismo e desconstruções, mas sem ;cabecismos;. Ouça em www.myspace.com/worsa.

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