postado em 23/10/2010 08:00
Quando menino, o ator e diretor Murilo Grossi ficava encantando com uma figura que circulava por sua casa. Bem à vontade, ;este senhor; chegava, tirava os sapatos e, estampando um sorriso indefectível no rosto, brincava com as crianças. ;Eu achava que ele se chamava presidente. Porque todo mundo lá em casa só se referia a ele assim. Só depois fui entender que o nome dele de verdade era Juscelino Kubitschek;, lembra Murilo, que conviveu com JK alguns anos devido ao fato de seu pai, José Gerardo Grossi, ter sido advogado do então presidente durante duas décadas.A convite do Serviço Social da Indústria (Sesi-DF), Murilo e o diretor uruguaio Hugo Rodas vão prestar, hoje à noite, uma homenagem ao fundador de Brasília. O espetáculo JK 1960 ; O sonho que virou realidade, com texto e direção de Rodas, será apresentado às 20h, com entrada franca, no Centro Cultural Sesi, de Taguatinga. ;O Sesi me procurou porque desejava fazer algo para comemorar o cinquentenário da capital e queria que o Murilo Grossi estivesse presente. Quando nos reunimos, e descobri essa relação dele com o JK, achei que aquilo deveria ser aproveitado de qualquer maneira. Seria uma forma de reverenciar Brasília sem cair no lugar-comum. Abordamos o envolvimento do Juscelino com Brasília, sua relação humana com uma figura daqui, que é o Murilo, e ficou um trabalho bem interessante e prazeroso;, adianta Hugo Rodas, que está completando 53 anos de carreira, sendo 35 só em Brasília.
No espetáculo, que é uma espécie de performance, com projeções, áudios e vídeos, Murilo Grossi vai interpretar o próprio presidente em um monólogo, mas também atuará como narrador. Curiosidades como o jingle de campanha de Juscelino à Presidência, frases célebres do político e o período em que ele viveu no exílio serão abordadas. Isso sem falar nas 24 horas de Juscelino Kubitschek em 21 de abril de 1960, data da inauguração da cidade.
Relação pessoal
Murilo Grossi promete surpreender o público com histórias bem interessantes sobre o presidente e revela que um dos momentos mais marcantes da sua vida foi justamente o enterro de JK, em agosto de 1976, que literalmente parou Brasília e foi um ato simbólico contra o regime vigente na época, a ditadura militar. ;Aquela imagem do povo tomando as ruas, descendo das quadras, uma manifestação totalmente espontânea, me marcou demais. Juscelino era uma pessoa absolutamente carismática, encantadora e autêntica. A gente ficava absorvido por aquela simpatia dele. E o interessante é que a dimensão pessoal e pública que eu tinha dele eram exatamente as mesmas;, resume o ator e diretor.
JK 1960 ; O sonho que virou realidade, com Murilo Grossi
e direção de Hugo Rodas
Em cartaz somente hoje, às 20h, no Centro Cultural Sesi (QNF 24, Área Especial, Taguatinga Norte). Informações: 3355-9563 ou 3355-9566. A entrada é franca. A retirada dos ingressos acontece hoje, a partir das 16h, na bilheteria do Sesi. Classificação indicativa livre.