postado em 25/10/2010 08:41
Nem é preciso ser fã dos Black Eyed Peas para se impressionar com uma apresentação do grupo americano. E quem esteve no show deles em Brasília, na noite da última sexta-feira, no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, sabe bem o porquê. Mais do que um show para ver, cantar junto e dançar aos som das músicas, a turnê deles, a The E.N.D. World Tour 2010, tem o objetivo de ser um espetáculo grandioso, memorável. E a passagem da banda pela cidade deixou essa intenção mais do que clara. Para a sorte do público, a chuva deu trégua algumas horas antes do começo do show. O céu ficou aberto e até a Lua cheia apareceu para conferir a festa.
Das 12 mil pessoas presentes (segundo a produção do evento), a maioria era adolescente. Muitos pais com seus filhos também passaram por lá. A jornalista Karla Vieira, 33 anos, levou o filho Arthur, 10: "Ele e os amigos estavam muito empolgados para vir, então fui convencida a trazê-los. Pena que criança paga o mesmo que adulto - e o preço estava bem salgado".
Os professores universitários Marcelo Medeiros, 48 anos, e Denise Munari, 49, vieram de Goiânia com o filho, Raphael, 15, a amiga Ossana Dias, 40, e a filha dela, Mariana, também de 15 anos. "O Black Eyed Peas é uma unanimidade na família%u201D, contou Marcelo. %u201CEles são muito bons! Viemos treinando as músicas no carro. Não tem dinheiro que pague o prazer de poder se divertir junto com a família", disse Denise.
A publicitária Alessandra Pinheiro, 39 anos, conheceu o grupo em 2002, quando morava nos Estados Unidos, e desde então acompanha a carreira deles. Ela foi ao show com um grupo de amigos e a filha, Maria, de 12 anos. "O grupo amadureceu. O disco mais recente deles tem uma mistura bacana de pop com música eletrônica. E a mensagem das letras é muito legal, falando sobre o recomeço a partir do fim do mundo", comentou.
Som perfeito
Uma estrutura com 50 toneladas de equipamentos teve de ser montada especialmente para a apresentação. Além dos telões de alta definição posicionados à esquerda e à direita do palco, outros tantos estavam espalhados e exibiam além de closes dos vocalistas Will.I.Am, Fergie, Apl.de.ap e Taboo, as imagens futuristas que são tema da turnê. Uma passarela localizada no centro do palco permitia a aproximação dos músicos com os fãs e também a movimentação por ali dos quatro cantores e suas dançarinas.
Talvez a principal novidade foram os elevadores que traziam o quarteto debaixo do palco para cima - e, na ponta da passarela, elevou Will.I.Am às alturas, durante o momento solo no qual ele fez uma discotecagem com samples de músicas que foram de Michael Jackson a Nirvana, passando por Kings of Leon, Guns N' Roses e Blur.
A qualidade de áudio acompanhou a do visual. Era possível ouvir com nitidez as vozes e o som dos instrumentos. Ao vivo, a banda é acompanhada por músicos nos teclados e programações, bateria, guitarra, violão e baixo (e até trompete). Foi possível perceber o talento vocal de todos os quatro vocalistas. Fergie, por exemplo, mostrou que além de carisma, canta muito bem. Aliás, por pouco ela não roubou a cena dos outros integrantes. Bonita, carismática e sensual, ela era só sorrisos, caras e bocas. Deixou muita gente babando com seu rebolado e modelitos que realçavam suas formas.
Mesmo Will e Fergie chamando mais a atenção, a apresentação consegue não perder o equilíbrio dando espaço para cada um dos integrantes brilhar individualmente. A animação deles em estar em Brasília era reforçada a cada momento. O nome da cidade foi repetido incontáveis vezes. Will exercitou todo repertório de português: gostosa, caramba, bunda, feijoada, açaí, guaraná, "chove chuva, chove sem parar%u2026"
A interação da banda com a plateia se estabeleceu no começo do show, às 21h20, e só terminou quando o grupo deixou o palco, às 23h30. O público respondia a cada afago com gritos, palmas, dançando e pulando. O repertório, como já era esperado, passeou por muitos hits como Let's get it started, My humps, Pump it, Don't lie, Boom boom pow e I gotta feeling - esta, fechou a apresentação cumprindo a previsão da letra da música: "Estou sentindo que hoje será uma ótima noite".