Diversão e Arte

De volta ao Rio, Belle and Sebastian põe fãs para cantar e dançar

postado em 15/11/2010 08:00
O grupo agradou à plateia o tempo todo: foram os fãs cariocas que conseguiram dinheiro para levar o B ao RioRio de Janeiro ; Quando a banda escocesa Belle and Sebastian tocou no Brasil pela primeira vez, na edição de 2001 do Tim Festival (com shows em São Paulo e Rio), uma coisa ficou clara: ao vivo, o vocalista Stuart Murdoch e cia. passam longe da melancolia que algumas de suas músicas sugerem. Eles estão mais para manhãs de sol do que tardes de chuva. Sexta-feira, pela segunda vez na cidade maravilhosa, a banda (sete integrantes, mais um quinteto de cordas) mostrou, no Circo Voador, que de sua estreia em palcos brasileiros para cá, a animação não mudou.

O show carioca não foi um encontro com o passado, mas com o presente. ;Finalmente chegamos aqui de novo!”, leu, em português, o vocalista. As músicas mais novas receberam tanta atenção que mais pareciam hits de sempre do B. Em grande parte, quem estava ali para vê-los talvez não tivesse idade para conhecê-los quando do show de 2001. ;Alguém está aqui para nos ver pela primeira vez?;, perguntou Murdoch. ;Yeah!”, o Circo respondeu em coro.

A banda perdeu muitos de seus velhos entusiastas com os últimos trabalhos, mesmo que sua sonoridade não tenha mudando tanto assim. Ela continua calcada no folk, na soft psicodelia e no rock sinfônico dos anos 1960. E como pode ser percebido nas músicas do disco mais recente, Write about love, no soul pop da Motown.

Mais de 2 mil pessoas assistiram ao show. Gente que em muitos momentos cantava tão alto que encobria o som da banda. Ao longo das 22 músicas do set list, os fãs se fizeram presentes em diversos momentos. Um jovem passou um cartaz para o vocalista, pedindo para que ele o ajudasse a pedir a namorada em casamento. Volta e meia, pessoas da fila do gargarejo eram convidadas para subir ao palco e dançar com a banda (depois, ganharam medalhas por isso).

Após a apresentação, a troca de afagos continuou. Stuart Murdoch e o tecladista Chris Geddes apareceram no espaço que delimita os bastidores da área comum para dar autógrafos e posar para fotos. Aliás, foi graças à mobilização dos fãs que o Belle and Sebastian, que só tinha nos planos o show de São Paulo, foi tocar no Rio. Um grupo de cariocas se uniu para viabilizar a grana para trazê-los (dinheiro que eles conseguem de volta, com a arrecadação da bilheteria).

O repertório trouxe nove músicas da fase ;antiga; da banda (os discos dos anos 1990) e 14 da nova (os três álbuns mais recentes). A seleção ficou só um pouco diferente da mostrada em São Paulo, na última quarta-feira. Lá, eles tocaram Fox in the snow, There;s to much love, Simple things e Me and the major, ausentes no show do Rio ; que, por sua vez, teve Like Dylan in the movies, The state that I am in, Dirty dream number two e The loneliness of a middle-distance runner (um mimo para os fãs mais dedicados, é um lado B do EP Jonathan David).

No fim da apresentação, Murdoch não sabia como dizer em português (;ou brasileiro;) seus sentimentos, mas garantiu que sua vontade é de tocar mais vezes no Brasil: ;Esperamos não demorar mais 10 anos para voltar;. Pelo visto, os fãs também.

Repertório

  1. Didn;t see it coming
  2. I;m a cuckoo
  3. Step into my office, baby
  4. Like Dylan in the movies
  5. Im not living in the real world
  6. Piazza, New York catcher
  7. The loneliness of a middle-distance runner
  8. I want the world to stop
  9. Sukie in the graveyard
  10. Lord Anthony
  11. The wrong girl
  12. (I believe in) travellin light
  13. Dear catastrophe waitress
  14. Write about love
  15. Dirty dream number two
  16. The boy with the arab strap
  17. If you find yourself caught in love
  18. Judy and the dream of horses
  19. Sleep the clock around
  20. The state I am in
  21. Another sunny day
  22. Get me away from here I;m dying

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