postado em 24/11/2010 07:16
Nos últimos anos, a China se consolidou como uma superpotência mundial. Mas além do destaque na economia, na indústria e no esporte, principalmente após as Olimpíadas de Pequim, o país se sobressaiu por sua cultura e tradições riquíssimas. E uma das principais referências artísticas chinesas estará hoje e amanhã, no Teatro Nacional, em Brasília, pela primeira vez: o Balé Nacional da China, considerada uma das companhias mais importantes e tradicionais do mundo. ;É a primeira vez que estamos fazendo uma turnê no Brasil e estamos muito satisfeitos, já era tempo. Estamos adorando o país, as plateias, todo o pessoal da técnica, da produção. Somos uma sociedade muito diferente, com comportamento muito distinto e está sendo muito enriquecedor esse contato para todos nós. Estamos encantados com o jeito alegre e carinhoso dos brasileiros;, disse em entrevista ao Correio por e-mail a diretora artística do balé, Feng Ying.Brasília não terá o mesmo programa das demais praças do país como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba. Com Porto Alegre, a cidade não vai receber a coreografia Lanternas Vermelhas, do aclamado diretor Zhang Yimou, responsável por produções como o filme O clã das adagas voadoras e a abertura das Olimpíadas de Pequim, em 2008. Mas em compensação, a capital federal terá três espetáculos: New Years; sacrifice Ato II, O 2; ato de Giselle e Yellow river. Feng Ying explica que, por motivos de logística e transporte de cenários e equipamentos, o grupo teve que organizar dois programas diferentes que se revezam. ;A escolha dessas coreografias que serão apresentadas em Brasília é porque elas definem bem o que a companhia representa tanto em termos de preservação de tradições como em desenvolvimento técnico. Yellow river, por exemplo, é um representante perfeito do que queremos ser, uma mistura entre as tradições da dança clássica ocidental e a dança chinesa milenar;, comenta.
New Years; sacrifice ato II é um balé que reconta a história do famoso escritor chinês do século 20, Lu Xun. Já o 2; ato de Giselle é o clássico balé romântico, sobre música de Adolphe Adam e coreografia baseada em Jean Coralli e Jules Perrot. O terceiro espetáculo, Yellow river, é uma obra patriótica que encerra o programa com uma exuberante sequência de passos de balé e movimentos acrobáticos. O Rio Amarelo da China é uma constante fonte de inspiração para vários artistas chineses.
Bailarinos belos
Todos os integrantes do Balé Nacional da China são oriundos da Academia de Dança de Beijing (Pequim), onde recebem uma sólida formação artística, trabalhando exaustivamente todas as técnicas do balé clássico do método da Academia Vaganova, de São Petersburgo (Rússia), nascedouro também do mítico Balé Kirov, mas também aprofundando seu conhecimento da rica tradição da arte chinesa. Para a diretora artística da companhia, o segredo do grupo é exatamente esse, uma mistura entre o clássico ocidental e a milenar cultura de seu país. ;Ao mesmo tempo que temos uma formação extremamente clássica, baseada principalmente no método russo da Escola Vaganova, berço do Kirov e do Bolshoi, mantemos presente a tradição e a dança chinesa. Essa mistura que nos faz diferentes;, resume Ying.
BALÉ NACIONAL DA CHINA
No programa, as coreografias New Years; Sacrifice Ato II, 2; ato de Giselle e Yellow river. Hoje e amanhã, às 21h, na Sala Villa-Lobos (Teatro Nacional). Ingressos: R$ 200 (inteira). Assinantes do Correio tem 50% de desconto na compra do ingresso inteiro. (Cupom Sempre Você). Classificação indicativa livre. Informações: 4002-0019