postado em 24/11/2010 07:23
; Regina Bandeira - Especial para o CorreioDomingo é dia de afoxé na Prainha. A 5; edição da festa afrocultural São Batuque ocorrerá ao lado do Pier 21 com apresentações de percussionistas de Pernambuco, Bahia e Distrito Federal, a partir das 18h. Antes dos shows, comida e arte com inspiração popular estarão à disposição do público. Os pernambucanos do Afoxé Alafin Oyó encerram a festa, levando ao palco convidados de grupos de afoxés, como Isaac Gomes (Filhos de Gandhy), Claudete de Souza (Oxum Pandá) e Gabi Guedes (da Orquestra Rumpilezz). Todos os músicos são ligados a terreiros de candomblé. O baiano Gabi Guedes, por exemplo, é ogâ do terreiro de Mãe Menininha do Gantois ; onde toca seu atabaque há 35 anos ;, e já tocou com Margareth Menezes, Armandinho, Paulo Moura, Hermeto Pascoal e Toninho Horta.
Idealizador da festa, o grupo Seu Estrelo e Fuá do Terreiro, de Brasília, quer tornar o encontro de batuqueiros um evento regular e constante na cidade. A preferência é a Prainha, local utilizado tradicionalmente pelos grupos afro-religiosos nas celebrações de fim de ano. ;Ali é um marco da resistência religiosa e cultural da cidade;, diz Stéffanie Oliveira, uma das percussionistas do grupo, referindo-se ao episódio da depredação, por intolerantes religiosos em 2007, de 16 estátuas de orixás produzidas pelo artista plástico baiano Tatti Moreno. O lugar foi reconstruído em 2009 com a proposta de ser um polo de manifestações culturais.
;Será um dia de muito axé; de vibrações maravilhosas em homenagem à natureza;, disse por telefone ao Correio, o pernambucano Fabiano Santos, presidente do Afoxé Alafin Oyó. ;O afoxé é um grande cortejo em referência aos antepassados que preservaram a nossa terra. E essa essência do candomblé ; de contemplação e a preservação da natureza ; é que vamos levar para a Prainha, no domingo. Será uma brincadeira; um show maravilhoso;, diz o músico .
Às 17h, está agendado um ensaio aberto com o público, que poderá participar com seus próprios instrumentos. A estrutura do show também montará tendinhas de comidas, com baianas para vender acarajés e cocadas, um estande de comida natural (principalmente massas integrais) e também uma tenda de comida de terreiro, que tem, entre os pratos típicos, o vatapá, o feijão-fradinho, a lentilha e a pipoca. Bolos e tortas também farão parte da praça de alimentação do evento que ainda apresentará uma mostra do artesanato da cooperativa Paranoarte.
Durante todo o dia, artesãos do Distrito Federal montarão oficinas gratuitas para ensinar à população a arte da sucata, do patchwork, do fuxico, das bonecas de pano e até mesmo de brinquedos educativos.