Diversão e Arte

Mostra Brasília exibe a diversidade da produção local

Hoje, serão exibidos seis curtas e um longa-metragem

postado em 26/11/2010 08:00
Dirigido por Luis Augusto Jugmann Andrade, Eu não sei, com o ator Sérgio Sartório, é um dos curtas de hoje na Mostra Brasília: violência funcionalO horário é alternativo, mas não costumam sobrar poltronas vazias. Consolidada como importante segmento paralelo ao Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a Mostra Brasília 35mm começa hoje com disposição de exibir o nível de qualidade das produções locais. Até domingo, às 16h30, no Cine Brasília, serão exibidos os dois longas e os 15 curtas, com entrada franca. Todos concorrem ao Troféu Câmara Legislativa, nas categorias de longa-metragem em 35 mm (1; lugar: R$ 75 mil, e 2;: R$ 35 mil), curta em 35mm (1; lugar: R$ 20 mil, e R$: R$ 10 mil) e melhor curta digital (R$ 10 mil).

Seis curtas-metragens e um longa-metragem abrem a maratona hoje. Documentário que expõe a conexão do transporte urbano com o cotidiano dos habitantes do DF, Filme pirata (60min), de William Alves, capta as desigualdades sociais inscritas na dinâmica da cidade e os seus personagens criativos e espontâneos.

Único curta documental do dia, De asfalto e terra vermelha (35min), dos diretores Camila Freitas e Antoine d;Artemare, observa o jeito de viver do brasiliense intimamente ligado ao transporte particular. ;É sobre o movimento, o deslocamento sempre motorizado. As pessoas vivem determinadas pela maneira como se locomovem pela cidade;, analisa Camila. No autobiográfico Memória de elefante (16min), Denise Moraes narra uma história de amizade entre uma menininha, Alice, e uma senhora portadora do mal de Alzheimer, Inês. ;A intenção foi mostrar que o afeto é importante nas relações humanas, e esse contraponto entre a velhice e a infância;, analisa.

Luis Augusto Jugmann Andrade, 60 anos, desvenda o desespero de um burocrata infeliz em Eu não sei. ;É um filme sobre violência funcional. Digo isso sobre uma situação que a pessoa é obrigada a trabalhar numa coisa em que ela não tem a menor identificação;, comenta Andrade. Exemplar do cineasta e escritor João Batista Melo, 50 anos, A janela (9min) tem trama inusitada: uma mulher acolhe um homem em seu quarto, obcecado apenas em olhar para a janela. A ficção foi apresentada no Los Angeles International Film Festival, em agosto.

Inspirado em questionamentos do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, Cassio Barbosa Sader escreveu, produziu, dirigiu e montou Penca de gente (9min). ;Vamos nos formando ao longo da vida e, por volta dos 40 anos, a gente começa a formar um todo composto de várias multiplicidades;, observa. Tributário de outro pensador, desta vez o poeta Manuel Bandeira, A menina metalinguística e o garoto melancólico (11min), de Guga Caldas, exibe as descobertas incríveis de um jovem: a verdade sobre o açaí, a morte obscura de um apresentador de tevê e a doença de Bandeira.

Alunos de escolas públicas assistiram ao filme Eu e meu guarda-chuvaCriançada invade o Cine Brasília
A criançada não foi deixada de lado pela organização do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ontem, às 9h30, a 43; edição do evento recebeu cerca de 700 alunos de escolas públicas do Distrito Federal para uma sessão exclusiva. A jovem plateia, entre 9 e 10 anos, invadiu, com pipoca na mão, a sala do Cine Brasília (106/107 Sul) para assistir ao filme Eu e meu guarda chuva, de Toni Vanzolini. Os mais de 75 minutos de exibição, arrancaram gargalhadas e aplausos dos estudantes e de seus professores, que não escondiam a satisfação por terem participado da mostra. ;Foi muita euforia na ida e na volta. A maioria dos alunos jamais tinha ido sequer ao cinema;, conta a diretora da Escola Classe 46, de Ceilândia, Maria José Soares, que acompanhou em torno de 300 alunos da sua instituição.

Segundo o assessor de imprensa do festival, Michel Medeiros, a sessão exclusiva da molecada faz parte da programação há mais de 15 anos. Todos os anos, o pacote que a organização oferece, ainda inclui lanche e ônibus para os ;convidados especiais;. Ele enfatiza que os resultados obtidos sempre foram positivos, já que as produções selecionadas para a exibição são sempre voltadas ao público infantil. ;Fazemos questão para que haja exatamente essa interação deles com o cinema;, completa.

Dessa vez, os presentes acompanharam o menino Eugênio (Lucas Cotrim), e seu melhor amigo Cebola (Victor Froiman), em uma aventura para resgatar a colega e amada de Eugênio, Frida (Rafaela Victor), das mãos do temível fantasma do Barão de Von Staffen (Daniel Dantas). Enquanto o ator principal arrancava suspiros das garotas, a participação especial da atriz Paola Oliveira, como Frida mais velha, levou ao delírio os meninos, que não contiveram os tradicionais assobios. ;Foi a primeira vez que vim ao cinema e adorei toda história. Principalmente quando aparece o vigia, que é muito engraçado;, conta Guilherme dos Santos, 9 anos, se referindo ao personagem vivido por Arnaldo Antunes.

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