Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Austríaco Matthias Loibner participa do Mercado Cultural em Salvador

Salvador ; O músico austríaco Matthias Loibner tem uma pedra de estimação. Ele a usa para explicar uma de suas composições que fala da necessidade das ;pessoas se importarem com coisas realmente importantes;. O austríaco abriu as apresentações na noite de sexta-feira no Teatro Castro Alves, pelo 10; Mercado Cultural.


Com a ajuda de um tradutor, Loibner fez questão de explicar uma a uma as composições que fez para serem executadas no seu Hurdy Gurdy ou viola de roda. ;Essa música eu fiz pensando numa árvore que caiu dentro de um poço no pântano. Depois de milhares de anos, sua casca ficou muito valiosa;, explicou. Apesar de excentricidades como essas, Loibner conseguiu criar empatia com o público que lotou o Alves. Antes de ir embora, ainda improvisou alguns acordes de Asa branca (clássico de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).


Durante o intervalo entre as duas atrações da noite, um presidiário que estava presente à sessão tentou escapar, mas foi rendido pelo policiamento da praça Campo Grande. O incidente não chegou a atrapalhar a segunda atração da noite, a Orquestra AfroSinfônica da Bahia.


Mistura de orquestra tradicional com instrumentos afros, como o xequerê e tambores, o grupo não faz questão de manter a rigidez de uma orquestra e nem o improviso de uma banda de jazz. Transita, portanto, entre os dois mundos: música popular e erudita. Carregou a plateia do início ao fim da apresentação, mesmo quando por um erro do regente Ubiratan Marques, uma das músicas teve de ser iniciada de novo. ;Desculpem. Foi uma pequena falha!”, retratou o maestro. Ninguém se importou.