Prata da casa. É assim que se pode definir Fernanda Pinho. Nos últimos seis anos, a brasiliense, de 32 anos, se aventurou em uma estrada que muitos artistas, hoje famosos, já trilharam. Apresentou-se em diversas casas noturnas e restaurantes da capital, como Feitiço Mineiro, Parilla Madri, Oliver, BocaNegra e Mormaii Surf Bar. Agora, essa menina da voz suave dá um tempo dos palcos para lançar, de forma independente, seu primeiro CD, Fernanda Pinho, com canções próprias e composições inéditas de músicos da cidade. Será hoje, às 20h, no Teatro Oi Brasília (Hotel Royal Tulip Alvorada).
Com 10 faixas, o repertório do CD é formado basicamente por músicas pop e baladas românticas. Duas delas, O quarto e Meu chão, são de autoria de Fernanda. Nascida em uma família de músicos nordestinos, ;em que todo mundo tocava algum instrumento;, a brasiliense demorou a encarar a música de forma profissional. ;Sabia onde queria chegar, mas sentia vergonha de abraçar a profissão; demorei a admitir que queria mesmo ser cantora;, diz a artista, que acabou se formando em publicidade antes de encarar a grande paixão.
Em 2010, Fernanda chamou o músico Marcelo Brandão para produzir seu trabalho. Outros dois instrumentistas acompanham Fernanda no CD: Paulinho Góes (guitarra) e Fernando Schettini (baixo), ambos da banda Magoo, de pop rock. As faixas do álbum podem ser conferidas no site www.myspace.com/fernandaspinho.
Disponibilizar as músicas na internet faz parte da estratégia de popularizar o som da artista. ;Queremos que mais pessoas gostem do nosso trabalho e que queiram ver os shows;, destaca Fernanda, que se diz influenciada por Marisa Monte, Luciana Mello, Luiza Possi, Alanis Morissette, Michael Jackson e Jason Mraz. A cantora aposta no sucesso comercial de Estrela, de autoria de Ellen Oléria.
No CD, há outras duas composições de Ellen. ;Tivemos 20 músicas fantásticas em nossas mãos. Infelizmente, só deu para produzir 10. As músicas da Ellen não têm tanto a ver com o repertório tradicional dela, que é mais dançante (Ellen Oléria costuma misturar samba, rock e funk), mas eram a minha cara. Faço um som pop calminho. Estrela, por exemplo, é uma baladinha que todo mundo que escutou quis ouvir novamente;, garante Fernanda, que andou testando suas composições na noite candanga e ficou satisfeita com o resultado.
Confiança
;Quero ficar (do produtor e músico Marcelo Brandão), por exemplo, é bem comercial; uma música que gruda na cabeça. Teve gente que depois do show quis comprar o CD por causa dela;, reforça a cantora, que diz estar cada vez mais serena e confiante diante de uma plateia. ;Já não sofro tanto como quando subi no tablado pela primeira vez. Passava mal, tinha dor de barriga; a tensão era muito grande. Hoje, a ansiedade ainda existe, mas o prazer é bem maior que o sofrimento;, revela a artista que, apesar de ser espírita, chegou a participar do coro da igreja de sua cidade (Guará) para poder cantar e tocar violão no grupo jovem.
Atualmente, a cantora não duvida de sua escolha, nem se intimida com a possibilidade de seu sonho levá-la a outros palcos. ;Lembro que chorei muito antes do meu primeiro show; fiquei três dias sem dormir. Hoje, posso dizer que meu sonho é viver de música e, se tudo der certo, é isso que farei. Se tiver de ir para o Rio ou São Paulo, vou sem problema;, afirma.
Samba bom
; A roda de samba do Bar Brahma (201 Sul), retomada no último sábado com show do cantor e compositor baiano Nelson Rufino, terá hoje, às 15h, como convidado especial, o sambista mineiro Toninho Geraes. Radicado no Rio de Janeiro há quase 30 anos, ele seguiu o caminho aberto por conterrâneos como Geraldo Pereira, Ataulfo Alves e João Bosco. Tendo como padrinho ninguém menos do que Zeca Pagodinho, Toninho tem, no cantor, seu maior intérprete. Entre os sambas gravados pelo cantor de autoria dele, estão os sucessos Pago pra ver e Prova de amor. Mas quem o apresentou ao Brasil foi Martinho da Vila ao lançar o megahit Mulheres. O show que fará no Bar Brahma é Das Minas de Samba a Toninho Geraes, no qual será acompanhado pelo grupo liderado pelo violonista Evandro Barcelos. No repertório, além dos sambas citados, estão outros que compôs em parceria com os bambas Nelson Rufino, Roque Ferreira, Noca da Portela, Serginho Meriti e Beto Sem Braço. O couvert artístico custa R$ 15. Classificação indicativa livre. (Irlam Rocha Lima)