Diversão e Arte

Programação do CCBB em 2011 vai ampliar as atividades para cidades do DF

Nahima Maciel
postado em 17/12/2010 07:36

Interatividade e acesso nortearão a programação do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para 2011 e 2012. Divulgada ontem, a agenda tem foco especial em projetos que estimulem a participação do público e ajudem na formação de novas plateias. Com investimento de R$ 12,4 milhões, o CCBB de Brasília quer trazer a classe c para consumir cultura e incrementar o recorde de mais de um milhão de visitantes em 2010. ;Uma vez, me perguntaram se não faríamos uma programação para a classe C. Não existe programação para classe C, existe é programação cultural de qualidade e nossa proposta é ampliar o acesso via compreensão, transporte e facilidade financeira;, explica Luzineide Soares, diretora do CCBB.

Além de manter a estrutura do Teatro Dois, instalado no subsolo do teatro principal desde 2008, a instituição pretende ficar mais atenta ao cinema. A ideia, a longo prazo, é ampliar o espaço já existente e abrir uma segunda sala. Motivado pelo fechamento dos cinemas da Academia de Tênis e a redução de espaço para filmes de arte na cidade, Armando Medeiros de Freitas, diretor de marketing do Banco do Brasil, quer oferecer mais opções de espaço alternativo. ;A gente tem condições de suprir essa lacuna;, diz Freitas. O centro traz para o próximo ano mostras de Ingmar Bergman, do chinês Hou Hsiao Hsien, do francês Luc Moullet, do norte-americano Tim Burton e da japonesa Naomi Kawase, além de uma série com seis filmes interativos com curadoria de Filipe Gontijo nos quais o público escolhe o final.

A cantora Raquel Becker foi uma das estrelas do Todos os Sons: projeto vai continuar no próximo anoA programação tem início em janeiro com exposição da artista contemporânea japonesa Mariko Mori, seguida de Arte do islã e uma retrospectiva dos designers e irmãos Fernando e Humberto Campana. Este ano, a equipe do CCBB também quer expandir as atividades pelo Plano Piloto e cidades do Distrito Federal. A mostra destinada à arte islâmica ; que reúne obras do Museu Nacional de Damasco, do Museu Alepo e Palácio Azem ; estará dividida entre CCBB e Museu Nacional da República. Aberto, um conjunto de intervenções pela cidade, vai ocupar espaços públicos e a série Escritores brasileiros acontecerá também em Ceilândia, Planaltina e Gama graças a uma parceria com o Sesc. ;É uma proposta de formação de público;, explica Luzineide. A programação de artes visuais divulgada pela instituição se estende até 2012 com mostras de Flávio de Carvalho, Maria Bonomi e arte africana.

Espetáculos
O caminho contrário também entra na lista de preocupações. Em Radiografia cultural: periferia e arte no DF, os curadores Beatriz Gonçalves e Luiz Nunes vão mapear artistas das cidades vizinhas para montar espetáculos no CCBB. ;Queremos integrar essas manifestações a outros projetos nossos;, garante Luzineide. Na programação de música, eventos como Todos os sons e Soy loco por ti América continuam na agenda, que terá ainda espetáculos como Cabaret luxúria ; Tango e perfume, como Rosi Campos e Bruno Perillo, e Anjos tortos, dedicado a músicos e poetas marginalizados como Waly Salomão, Wilson Simonal, Itamar Assumpção, Torquato Neto e Raul Seixas.

A música erudita ficou praticamente de fora. Apenas um programa dedicado à música de Franz Liszt foi selecionado. Segundo Luzineide, isso acontece por conta da escassez de projetos apresentados na pré-seleção.

Em teatro, continuam na programação o Cena Contemporânea, a Mostra Internacional de Teatro e o brasiliense Mitos do teatro brasileiro, além de montagens como Breu, de Miwa Yanagizawa, e Doze homens e uma sentença, peça de Eduardo Tolentino premiado este ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) como melhor produção cênica. Uma mostra dedicada à nova dramaturgia brasileira com espetáculos de Pedro Brício, Fernando Yamamoto e Grace Passo, entre outros, também está prevista.

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ARTES VISUAIS

Mariko Mori

Arte do Islã

Antibodies ; Fernando e Humberto Campana

Aberto

Arte africana contemporânea

Daquilo que me habita

Flávio de Carvalho ; a revolução modernista

Fronteiras líquidas

Maria Bonomi: da gravura à arte pública

O espelho

Pintura habitada ; Delson Uchôa

Do Ho Suh

Arquitetura do papelão

ARTES CÊNICAS

A lua vem da Ásia

(Deborah Colker)

A menininha

(Magda Modesta e João Cícero)

A tempestade

(Emilio de Biasi)

Antes da coisa toda começar

(Paulo de Moraes e Maurício Arruda)

Anti-romântico

(Silvia Davini)

Breu

(Miwa Yanagizawa)

Cena contemporânea 2011

Cyrano de Bergerac

(Robert Castle)

Doze homens e uma sentença

(Eduardo Tolentino)

Filha, mãe, avó e puta

(Guilherme Leme)

JT Leroy

(Bia Lessa)

MIT 2011

Modéstia

(Pedro Brício)

Mostra primeiro olhar ; ciclo internacional de teatro para bebês

Nova dramaturgia brasileira

O bosque

(Alvise Camozzi)

O pote vazio

(Ricardo Karman)

Quanto tempo da vida eu levo para ser feliz

(Caique Botikay)

Teatro visual, o que ainda não tínhamos visto

(Adriano e Fernando Guimarães)

AUDIOVISUAL

Hou Hsiao Hsien e o cinema de memórias fragmentadas

O cinema de Othon Bastos

O cinema de Naomi Kawase

Luc Moullet, cineasta rebelde

Santiago Alvarez! Urgente! Desinventando fronteiras

Cinema árabe

O estranho mundo d eTim Burton

A nova ficção científica

Alfred Hitchcock

Arturo Ripsteim profundio

Carl Theodor Dreyer ; o homem e seu trabalho

Cinema no Norte ; no país das amazonas

Cinema torto ; o cinema de Nanni Moretti

Clássicos e raros do nosso cinema

Clint Eastwood: clássico e implacável

Curta o curta no almoço

Doulgas Sirk, o príncipe do melodrama

Festival assim vivemos

Ingmar Bergman

Jean Eustache ; a tentação secreta da palavra

Jean Renoir

Mostra de filmes interativos

Na ponta de verso: poesia de improviso no Brasil

O cinema é Nicholas Ray ; uma retrospectiva

Odete Lara, atriz de cinema

Retrospectiva dos irmãos Marx

Retrospectiva Maristela

Straub ; Huillet

Anima Mundi

A tela na sala de aula

MÚSICA

Acordes do rádio: 90 anos do violão brasileiro

Anjos tortos ; a MPB gauche na vida

Cabaret luxúria ; tango e perfume

Caminhos tropicais

Hungaria! As múltiplas faces de Franz Liszt

Live PA

O Brasil das orquestras populares

Quadrilátero

Sai da rede ; quem sabe faz ao vivo

Soy loco por ti América

Todos os sons

IDEIAS

Escritores brasileiros no CCBB

Mitos do teatro brasileiro

Radiografia cultural: periferia e arte no DF

Como nasce uma obra prima

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