Interatividade e acesso nortearão a programação do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para 2011 e 2012. Divulgada ontem, a agenda tem foco especial em projetos que estimulem a participação do público e ajudem na formação de novas plateias. Com investimento de R$ 12,4 milhões, o CCBB de Brasília quer trazer a classe c para consumir cultura e incrementar o recorde de mais de um milhão de visitantes em 2010. ;Uma vez, me perguntaram se não faríamos uma programação para a classe C. Não existe programação para classe C, existe é programação cultural de qualidade e nossa proposta é ampliar o acesso via compreensão, transporte e facilidade financeira;, explica Luzineide Soares, diretora do CCBB.
Além de manter a estrutura do Teatro Dois, instalado no subsolo do teatro principal desde 2008, a instituição pretende ficar mais atenta ao cinema. A ideia, a longo prazo, é ampliar o espaço já existente e abrir uma segunda sala. Motivado pelo fechamento dos cinemas da Academia de Tênis e a redução de espaço para filmes de arte na cidade, Armando Medeiros de Freitas, diretor de marketing do Banco do Brasil, quer oferecer mais opções de espaço alternativo. ;A gente tem condições de suprir essa lacuna;, diz Freitas. O centro traz para o próximo ano mostras de Ingmar Bergman, do chinês Hou Hsiao Hsien, do francês Luc Moullet, do norte-americano Tim Burton e da japonesa Naomi Kawase, além de uma série com seis filmes interativos com curadoria de Filipe Gontijo nos quais o público escolhe o final.
A programação tem início em janeiro com exposição da artista contemporânea japonesa Mariko Mori, seguida de Arte do islã e uma retrospectiva dos designers e irmãos Fernando e Humberto Campana. Este ano, a equipe do CCBB também quer expandir as atividades pelo Plano Piloto e cidades do Distrito Federal. A mostra destinada à arte islâmica ; que reúne obras do Museu Nacional de Damasco, do Museu Alepo e Palácio Azem ; estará dividida entre CCBB e Museu Nacional da República. Aberto, um conjunto de intervenções pela cidade, vai ocupar espaços públicos e a série Escritores brasileiros acontecerá também em Ceilândia, Planaltina e Gama graças a uma parceria com o Sesc. ;É uma proposta de formação de público;, explica Luzineide. A programação de artes visuais divulgada pela instituição se estende até 2012 com mostras de Flávio de Carvalho, Maria Bonomi e arte africana.
Espetáculos
O caminho contrário também entra na lista de preocupações. Em Radiografia cultural: periferia e arte no DF, os curadores Beatriz Gonçalves e Luiz Nunes vão mapear artistas das cidades vizinhas para montar espetáculos no CCBB. ;Queremos integrar essas manifestações a outros projetos nossos;, garante Luzineide. Na programação de música, eventos como Todos os sons e Soy loco por ti América continuam na agenda, que terá ainda espetáculos como Cabaret luxúria ; Tango e perfume, como Rosi Campos e Bruno Perillo, e Anjos tortos, dedicado a músicos e poetas marginalizados como Waly Salomão, Wilson Simonal, Itamar Assumpção, Torquato Neto e Raul Seixas.
A música erudita ficou praticamente de fora. Apenas um programa dedicado à música de Franz Liszt foi selecionado. Segundo Luzineide, isso acontece por conta da escassez de projetos apresentados na pré-seleção.
Em teatro, continuam na programação o Cena Contemporânea, a Mostra Internacional de Teatro e o brasiliense Mitos do teatro brasileiro, além de montagens como Breu, de Miwa Yanagizawa, e Doze homens e uma sentença, peça de Eduardo Tolentino premiado este ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) como melhor produção cênica. Uma mostra dedicada à nova dramaturgia brasileira com espetáculos de Pedro Brício, Fernando Yamamoto e Grace Passo, entre outros, também está prevista.
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ARTES VISUAIS
Mariko Mori
Arte do Islã
Antibodies ; Fernando e Humberto Campana
Aberto
Arte africana contemporânea
Daquilo que me habita
Flávio de Carvalho ; a revolução modernista
Fronteiras líquidas
Maria Bonomi: da gravura à arte pública
O espelho
Pintura habitada ; Delson Uchôa
Do Ho Suh
Arquitetura do papelão
ARTES CÊNICAS
A lua vem da Ásia
(Deborah Colker)
A menininha
(Magda Modesta e João Cícero)
A tempestade
(Emilio de Biasi)
Antes da coisa toda começar
(Paulo de Moraes e Maurício Arruda)
Anti-romântico
(Silvia Davini)
Breu
(Miwa Yanagizawa)
Cena contemporânea 2011
Cyrano de Bergerac
(Robert Castle)
Doze homens e uma sentença
(Eduardo Tolentino)
Filha, mãe, avó e puta
(Guilherme Leme)
JT Leroy
(Bia Lessa)
MIT 2011
Modéstia
(Pedro Brício)
Mostra primeiro olhar ; ciclo internacional de teatro para bebês
Nova dramaturgia brasileira
O bosque
(Alvise Camozzi)
O pote vazio
(Ricardo Karman)
Quanto tempo da vida eu levo para ser feliz
(Caique Botikay)
Teatro visual, o que ainda não tínhamos visto
(Adriano e Fernando Guimarães)
AUDIOVISUAL
Hou Hsiao Hsien e o cinema de memórias fragmentadas
O cinema de Othon Bastos
O cinema de Naomi Kawase
Luc Moullet, cineasta rebelde
Santiago Alvarez! Urgente! Desinventando fronteiras
Cinema árabe
O estranho mundo d eTim Burton
A nova ficção científica
Alfred Hitchcock
Arturo Ripsteim profundio
Carl Theodor Dreyer ; o homem e seu trabalho
Cinema no Norte ; no país das amazonas
Cinema torto ; o cinema de Nanni Moretti
Clássicos e raros do nosso cinema
Clint Eastwood: clássico e implacável
Curta o curta no almoço
Doulgas Sirk, o príncipe do melodrama
Festival assim vivemos
Ingmar Bergman
Jean Eustache ; a tentação secreta da palavra
Jean Renoir
Mostra de filmes interativos
Na ponta de verso: poesia de improviso no Brasil
O cinema é Nicholas Ray ; uma retrospectiva
Odete Lara, atriz de cinema
Retrospectiva dos irmãos Marx
Retrospectiva Maristela
Straub ; Huillet
Anima Mundi
A tela na sala de aula
MÚSICA
Acordes do rádio: 90 anos do violão brasileiro
Anjos tortos ; a MPB gauche na vida
Cabaret luxúria ; tango e perfume
Caminhos tropicais
Hungaria! As múltiplas faces de Franz Liszt
Live PA
O Brasil das orquestras populares
Quadrilátero
Sai da rede ; quem sabe faz ao vivo
Soy loco por ti América
Todos os sons
IDEIAS
Escritores brasileiros no CCBB
Mitos do teatro brasileiro
Radiografia cultural: periferia e arte no DF
Como nasce uma obra prima