postado em 23/12/2010 07:10
O Natal é uma celebração realizada em quase o mundo todo. Enquanto em alguns países a data é comemorada com toda pompa e circunstância, em outros lugares nem sequer um pratinho de arroz é servido em nome do festejo. Contudo, a ideia de servir à mesa pratos deliciosos com a simbologia da época deixa qualquer mortal animado. Para a data, cada região tem um menu típico. Se aqui é o peru com farofa que faz sucesso, em outros países a tradição culinária é outra. A variedade vai de camarão com gengibre, da Indonésia, ao cuscuz marroquino, prato árabe. E para os entusiasmados e com sede de novidades, os chefs disponibilizaram as receitas na íntegra. Ainda dá tempo de fazer. É só comprar os ingredientes e pôr a mão na massa.Sabe-se que os árabes preferem comemorar a Páscoa, porém, o Natal não pode passar em branco. No dia 24, eles saboreiam um jantar com direito a mesa farta de receitas típicas do dia a dia. Dayane Basso, gerente do restaurante Buffara, explica que há um pouco de tudo no menu, desde castanhas, frutas secas e cordeiro ao molho de hortelã até arroz com lentilhas, pastas de berinjela e quibe assado com nozes. ;A mesa é incrementada e os pratos levam temperos fortes;, acrescenta. Com toda essa fartura, é o cuscuz marroquino que não pode faltar. Para a data, ele é enfeitado com tâmaras e leva verduras, carnes e castanhas. ;O cuscuz é muito tradicional e acompanha tudo;, conta.
Já em um país com fortes relações com o Brasil, Portugal, a tradição é comer, comer e comer muito bem. Os lusos não dispensam nada. A portuguesa Olga Soares, chef e proprietária do Sagres, conta que no dia 24, o costume é a mesa farta de delícias salgadas e doces. Segundo ela, no norte do país, a ceia conta com um cozido de bacalhau com verduras. ;Fazemos um molho no prato com vinagre, azeite, pimenta e sal, misturamos com a couve, a cenoura e o bacalhau;, descreve. No dia seguinte, as sobras desse bacalhau com legumes são misturadas em uma travessa com temperos e molhos novos dando vida à tradicional roupa velha. ;É quase um mexido, só que de bacalhau;, explica.
Entre cabritos assados e acompanhamentos diversos, uma receita chama atenção pela simplicidade e certeza de sucesso. É o arroz-doce. Está certo que os portugueses têm boa fama no ramo confeiteiro, entretanto, é o sóbrio arroz com leite, açúcar e especiarias que brilha no Natal. ;Portugal é muito rico em sobremesas, que além de deliciosas, ainda são belas;, declara Olga.
Marítima
Uma senhora simpática, com várias histórias na memória e cheia de amor para cozinhar e comer. Essa é Suely Lim Shew, cozinheira nascida em Jacarta, que comanda o restaurante Bali. Há 50 anos no Brasil, ela conta que se apaixonou pela terra tupiniquim, embora sinta falta de seu país. ;A Indonésia é um lugar lindo e o nosso povo é muito hospitaleiro. Se eu pudesse, voltava mais vezes para visitar;, afirma.
Com toda disposição e gosto pela culinária, os pratos elaborados por ela não poderiam ser melhores. Ela explora a versatilidade de peixes e frutos do mar. Entre uma experimentação aqui e uma pitada de ingredientes ali, saem da cozinha receitas fantásticas, como o macarrão com frutos do mar. ;Acordei com vontade de comer aquele macarrão, fiz e ofereci aos clientes. Eles adoraram e o prato está no cardápio há 12 anos;, recorda.
Na celebração do Natal, o costume não é muito diferente dos países cristãos: família unida, ceia e troca de presentes. Mas os pratos servidos no jantar não se parecem nem um pouco com a combinação básica de peru, arroz e rabanada. À mesa estão camarões picantes, peixes assados, arrozes coloridos com açafrão, macarrão com legumes e aromas clássicos de ervas e especiarias.
Cada ingrediente tem um significado. O vermelho do colorau, por exemplo, representa a prosperidade. O macarrão, segundo as crenças do país, prolonga a vida. A receita típica para o Natal da família de Suely é o camarão com gengibre, com cor vibrante e sabor de praia. ;Esse prato não pode faltar. Como moro no Brasil há muito tempo, faço o peru, mas não deixo minhas raízes de lado;, explica. O prato, que também está no cardápio do Bali, pede, como acompanhamento, um bom saquê.