postado em 31/12/2010 08:00
Há 15 anos o tradicional sarau do projeto CEP 20.000, no Rio de Janeiro, apresentava aos cariocas um novo grupo. O poeta Chacal, organizador do projeto cultural, introduziu ao público o Pedro Luís e a Parede (PLAP) como um som novo na música popular brasileira. Chacal tornou-se então uma espécie de padrinho da banda e, claro, não ficou de fora das comemorações do 15; aniversário do PLAP. O poeta é o mestre de cerimônias do DVD Navilouca ao vivo, lançado este mês. O DVD é o primeiro do grupo, que possui na bagagem seis CDs.No início do Navilouca abre-se uma janela do tempo, quando Chacal entra em cena e repete as palavras ditas na primeira apresentação, há quase duas décadas. Gravado em setembro, no Circo Voador, o DVD é uma reunião dos grandes sucessos do grupo formado por Pedro Luís (voz, violão e guitarra), Mário Moura (baixo), C.A. Ferrari, Sidon Silva e Celso Alvim (bateria e percussão).
Um capítulo à parte, as participações especiais do show criaram um clima de conforto em canções como Chuva de bala e Selvagem, cantadas em parceria de Herbert Vianna. Leo Saad também participa da festa e o pernambucano Lenine, que protagoniza um dos melhores momentos da gravação quando, ao final do show, o grupo decide ir para o meio da plateia e por uma falha na iluminação do próprio Circo Voador a luz acaba e a farra continua enérgica, como se nada tivesse acontecido. O momento, obviamente, não estava nos planos do grupo, mas calhou com a proposta. ;Durante o show algumas câmeras também pararam de funcionar, mas nada disso foi ruim. No final das contas conseguimos transformar o momento em algo positivo e acabou ficando muito bacana;, diverte-se C.A. Ferrari.
O repertório escolhido cuidadosamente tem Fazê o quê? e Rap do real, mas nem todos os sucessos estão presentes. Ficou de fora, por exemplo, Animal, música que integra a trilha da novela Passione, da TV Globo. ;A escolha foi cruel, mas a gente conseguiu reunir um repertório bem representativo de todas as nossas fases. Não queríamos fazer um DVD muito extenso. Nossa intenção sempre foi filmar como um show nosso mesmo, sem estender demais. As pessoas não assistem a DVDs muito longos ;, explica Pedro Luis.
Com uma linguagem cinematográfica, que garante imagens em altíssima resolução, as câmeras utilizadas no DVD são as mesmas de filmagens para o cinema. A ideia surgiu na tentativa de promover um olhar diferenciado, que fugisse dos tradicionais DVDs existentes no mercado. A importância da imagem reflete no DVD em um show sem luzes coloridas, sem cenário, uma caixa preta como palco e um figurino discreto, com cores neutras. Com o formato, a edição foi beneficiada por cortes longos. A turnê de lançamento do novo trabalho só começará após o carnaval. Até lá, o quinteto se preocupa com o Monobloco, e aproveita a alta temporada de shows do grupo de percussão.