Diversão e Arte

Monólogo de Alexandre Ribondi brinca com a sexualidade dos acima de 60

postado em 06/01/2011 08:00

Felipe Moraes

O envelhecimento é inevitável. Algumas dores aqui, outras ali, as idas ao médico se tornam frequentes, e o corpo já não responde aos estímulos enviados pelo cérebro com a mesma velocidade de décadas atrás. Mas quem disse que isso é ruim? Alexandre Ribondi, no espetáculo Sexo aos 60 (e outras mentiras), escrito e atuado por ele, defende, com bom humor inabalável, que envelhecer é como rejuvenescer. ;É muito parecido com a adolescência. O corpo se transforma, a voz se altera. Quando os 60 estão chegando, estamos também nos transformando no que seremos para o resto da vida;, acredita o ator, que aos 58 anos ; ;quase lá; ; sobe ao palco neste fim de semana, num monólogo que se comunica diretamente com o público, sem alcunha ou personagem. A peça, dirigida por Sérgio Sartório, estreia amanhã, às 21h, no Espaço Cultural Brasília Shopping, e segue aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h, até 30 de janeiro.

As piadas sobre sexo, em vez de criarem comparações com a virilidade proporcionada pelos anos da juventude, preferem falar das dificuldades e limitações do presente ; e das que certamente aparecerão em breve. ;São divagações sobre envelhecer com dignidade, beleza, bom humor e fazendo sexo. Porque sexo emagrece. Aliás, tem uma receita de como emagrecer fazendo sexo, com quantas calorias você perde a cada etapa. É irreverente, brinca com os tropeços. São 50 minutos de muita risada;, promete Ribondi. As dicas para melhorar o desempenho vão da ioga a soluções farmacêuticas. E proíbem esconder os cabelos brancos. ;Pesquisas já provaram que pintar de acaju broxa. Broxa o seu parceiro!”, debocha. Sobrou até para o famoso caudilho. ;Conto também o dia que encontrei o Fidel Castro. E ele pinta os cabelos: aquele azul que vai pro lilás (risos).;
Ribondi:
Sartório define o espetáculo como um stand-up adaptado para a turma mais experiente. ;Um sitdown, diante dos 60 anos;, brinca. E o texto de Sexo aos 60, como nos discursos dos comediantes, pode mudar de acordo com a resposta do público. ;Acontece, sim, de esticar um assunto que está funcionando mais, ou mudar para outro. É bem aberto, livre pra inserir piadas na hora, e improvisar. Tendo o Ribondi, isso fica mais fácil;, comenta. Ribondi diz que o ensaio para um número assim nunca é completo: ;Só fica realmente pronto quando você encontra o público, com a observação dele;.

Na peça solo, rir de si mesmo é o melhor remédio. E não apenas quando o assunto é sexo. ;A gente tem que aprender a ficar velho. Há coisas em que o desempenho não é tão excelente. Como, por exemplo, subir a escada correndo. Aprendi que é legal subir mais devagar, desacelerar um pouco. Passo por outros senhores que dirigem o carro a 40km/h, na faixa da esquerda, atrapalhando todo mundo. E olho com respeito. Vou ser um deles também. Pressa pra quê?;, reflete.

SEXO AOS 60 (E OUTRAS MENTIRAS)
Espetáculo de Alexandre Ribondi, com direção de Sérgio Sartório. Estreia amanhã, às 21h, no Espaço Cultural Brasília Shopping. Até 30 de janeiro, com sessões às sextas e aos sábados, às 21h, e domingos, às 20h. Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia). Não recomendado para menores de 16 anos. Informações: 2109-2122.

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