postado em 14/01/2011 09:06
Com o fim de Lost e 24 horas, fãs de seriados norte-americanos vão atrás de novas manias. O Correio elege as cinco melhores produções em exibição na tevê por assinatura para quem gosta de comédia, ação, drama, terror ou fantasiaSeriados americanos, uma mania que nunca sai de moda. Lost e 24 horas, dois dos mais populares da última década, deram adeus em 2010, mas a safra não para de ser renovada. Alguns fãs acompanham pela tevê aberta, com certo atraso e geralmente em versões dubladas; outros, pelos canais por assinatura. Os mais ansiosos, no entanto, seguem as produções pela internet, escarafunchando link atrás de link em busca de episódios que acabaram de ser exibidos nas telinhas ianques. Só na grade da tevê fechada, são 170 opções, entre clássicos e lançamentos. Uma boa alternativa para quem não tem paciência para sair checando programa por programa é tentar acompanhar seriados que estão em plena evolução. O Correio elegeu os cinco mais ;viciantes; atualmente exibidos nos canais por assinatura. Nenhum deles, pelo menos por enquanto, chegou à tevê aberta.[SAIBAMAIS]
Drop dead diva / Onde: Sony / Quando: quartas, às 21h
De um lado, Deb, uma aspirante a top model. Do outro, Jane, uma advogada workaholic e gordinha. Cada uma vivendo na sua, até que a modelo morre num acidente de trânsito e a entusiasta de donuts é baleada no escritório. A alma de Deb reencarna no corpo de Jane. Fórmula batida? Talvez, mas aqui funciona muito bem. Brooke Elliott, no papel de Jane, equilibra momentos cômicos e situações dramáticas, quando a série se aproxima de um drama de tribunal. A velha discussão sobre beleza interior e exterior volta renovada, em uma comédia que não tem vergonha de se assumir como escrachada e exageradamente feminina. E, com roteiros espertos ; boas ideias a respeito de autoestima disfarçadas de piadas sobre boa forma e moda ;, rejeita levar adiante antigas convenções.
United States of Tara / Onde: Fox / Quando: segundas, às 22h
; Toni Collette, coadjuvante essencial de tantos bons filmes (de O sexto sentido, pelo qual foi indicada ao Oscar, a Pequena Miss Sunshine), encarna na tevê vários protagonistas. Na pele de Tara Gregson, perturbada pelo transtorno dissociativo de identidade, ela dá vida, com interpretação intocável, a personas as mais improváveis para uma mulher de família: Buck, o beberrão, T, a adolescente inconsequente, e Alice, dona de casa dos anos 1950. Mais ;perfis; aparecerão na segunda temporada, que estreia na próxima segunda-feira. Além da atuação, que fornece a cada personalidade características reconhecíveis de Tara ; uma ficção dentro da ficção ;, o seriado se sedimenta numa feliz derrubada de arquétipos: Max, o marido, é um sensível com cara de brutamontes; Kate, a filha mais velha, uma jovem maluquinha em busca de independência; Marshall, o caçula, gay e intelectual, mas imaturo; e Charmaine, a irmã, dominadora e insegura. Todos, de alguma maneira, tão problemáticos quanto Tara.
Community / Onde: Sony / Quando: quintas, às 21h30
; O episódio piloto é uma homenagem ao diretor John Hughes, morto em 2009, e a um de seus melhores e mais queridos filmes, O Clube dos Cinco. Uma informação que pode aguçar a curiosidade dos fãs de comédia. A série, ambientada numa universidade comunitária ; o que significa dizer ;para fracassados;, na premissa do programa ;, apresenta os tipos mais estranhos: do advogado farsante, Jeff Winger (Joel McHale), a Pierce Hawthorne, o empresário excêntrico, representado pelo nome mais conhecido do elenco, o experiente comediante Chevy Chase do clássico Férias frustradas. Community segue a trilha dos programas que abusam das referências pop, como The office e The big bang theory, mas, ao mesmo tempo, consegue ser menos óbvio e previsível do que seus pares.
Breaking bad /Onde: AXN/ Quando: terças, às 21h
; O desenvolvimento lento da história, às vezes a serviço de episódios absurdos (um capítulo da terceira temporada é dedicado à caça de uma mosca, por exemplo), leva à seara das séries criminais doses generosas do já conhecido estilo do canal a cabo AMC, casa de Mad men e The walking dead. As primeiras três temporadas acompanham de perto a relação ora explosiva, ora fraterna (ou paterna) entre Walter White (Bryan Cranston), químico premiado pelo Nobel acorrentado a um câncer terminal e a empregos medíocres, e seu ex-aluno, o traficante de metanfetamina (apelidada de cristal ou speed) Jesse Pinkman (Aaron Paul). É um drama intrincado, avesso a reviravoltas repentinas e expõe, sem pretensões moralistas, as implicações do tráfico na família e na sociedade.
The walking dead / Onde: Fox / Quando: terças, às 22h
; Frank Darabont, consagrado diretor dos dramas Um sonho de liberdade e À espera de um milagre, realizou um sonho dos fãs dos descerebrados zumbis: levá-los para a telinha em uma série que respeita o legado do mestre deste subgênero do terror, George A. Romero. A primeira temporada, que só frustra pelo número pequeno de episódios (apenas seis), não economiza na violência. Os pobres mortos-vivos são despedaçados com machados e alvejados com artilharia incessante, para o entusiasmo dos fãs de gore. Porém, diferentemente do que é feito nas produções hollywoodianas, o seriado evolui pacientemente e há tempo para o espectador se identificar com os personagens, apesar dos clichês de sempre ; o policial durão, a mulher que o trai com o parceiro de profissão, o asiático engraçadinho e alguns outros.