Diversão e Arte

Integrantes de bandas da cidade se reúnem para tocar durante 10 horas

Sem interrupção, a jam session vai virar documentário

postado em 24/01/2011 08:00
A gravação do projeto A foto oficial do Império começou às 14h e foi até a meia-noite: ninguém parouNuma tarde de sábado, em uma casa à beira do Lago Paranoá, um grupo de amigos se reúne pra fazer um típico programa da juventude brasiliense: jogar conversa fora, tomar cerveja e escutar boa música. Esse encontro, no entanto, tem um quê de especial. Na verdade, serviu para produzir um documentário baseado em uma inusitada jam session, em que 20 músicos da cidade tocaram, de improviso, durante 10 horas seguidas.

;A gente uniu o útil ao agradável. Foi meio que uma desculpa também para reunir os amigos, fazer um som e aproveitar para documentar isso. Tem todo o caos do improviso, cada hora um chega e toca o que lhe dá na cabeça, mas a música vai tomando forma, vai se aperfeiçoando. A gente queria muito unir essas diversas formas artísticas: o áudio, o vídeo, as artes plásticas. Isso é que é a novidade do projeto;, comenta um dos idealizadores, o guitarrista e produtor musical Gustavo Bill.

Sem interrupção, a jam session vai virar documentárioAo longo do dia, integrantes de bandas como Club Silêncio, Tiro Williams, Watson, The Pro e Superquadra se revezaram em um estúdio improvisado para o projeto, batizado de A foto oficial do Império. ;Sempre quis que a minha banda tivesse esse nome. Não sei explicar bem o motivo. Veio à cabeça. Achava aquilo meio megalomaníaco, mas ninguém gostou. Por isso, falei que algum dia usaria esse nome em alguma coisa;, conta outro idealizador, o guitarrista do Club Silêncio, Luís Fernando.

Das 14h à meia-noite, a música não parou em nenhum momento. Mesmo que só tivesse um artista se apresentando, a ideia era fazer um som novo, diferente. ;O objetivo era realmente não tocar nada de conhecido. Era criar, improvisar mesmo. A graça é esta: se não tiver ideia alguma, inventa. Outro detalhe interessante foi que os músicos não ficaram presos a um só instrumento. Eu mesmo, que sou guitarrista, toquei bateria, depois teclado. Isso foi legal também. Improviso puro;, ressalta Luís Fernando.

O resultado surpreendeu os organizadores. As quase 10 horas de gravação trouxeram um mix de eletrônico, pop e rock. ;Essa união de várias bandas e músicos resultou em uma diversidade bem brasiliense;, acrescenta o guitarrista.

Identidade visual
Além da música, as artes plásticas se fizeram presentes. Enquanto os instrumentistas se revezavam e tocavam, o designer Jean Matos estava a cargo de criar uma identidade visual para o projeto. ;Já tinha algo em mente assim que soube da iniciativa, mas o desenho nasceu ali mesmo, no meio da música. Fiquei entre eles e fui sentindo o som, a vibe daquele momento. Todo mundo que trabalha nesse meio, que reúne música, design, arte, vídeo, sempre teve a intenção de um dia se juntar e criar alguma coisa. E isso acabou se concretizando de uma maneira bem bacana;, afirma Jean.

Sem interrupção, a jam session vai virar documentárioA ideia inicial era editar uma hora de música para um documentário, mas os idealizadores de A foto oficial do Império mudaram o formato. ;Achamos que uma hora direto de música ficaria meio maçante. Agora queremos separar 10 trechos com cinco, seis minutos cada, e disponibilizá-los para download em um hotsite que vamos criar. Facilita a edição, torna mais acessível e fica mais enxuto, além de mais interessante para quem vai ver e ouvir;, explica Luís. Os vídeos estarão disponíveis em um mês numa página dentro do servidor www.clubsilencio.com.br.

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