Diversão e Arte

Termina em festa a despedida dos 700 alunos do Curso de Verão da EMB

Irlam Rocha Lima
postado em 25/01/2011 07:26
A banda sinfônica empolgou a plateia no Teatro da Escola de MúsicaÀs 2h30 de domingo, quando a big band tocou os últimos acordes do frevo clássico Vassourinhas, começaram as despedidas dos mais de 700 alunos, que durante duas semanas vivenciaram experiência enriquecedora na 33; edição do Curso Internacional de Verão. No pátio da Escola de Música (EMB), os músicos confraternizaram-se na festa que marcou o encerramento do evento, iniciado às 23h de sábado, com um set de sambas.

Durante três horas, muita gente se jogou na improvisada pista de dança, no embalo de choro, gafieira, baião, frevo e rock, na execução de instrumentistas talentosos, sob a batuta do maestro Manoel Carvalho ; o único a participar de todas as edições do curso. ;É uma tradição do curso, que assim termina em clima alto-astral;, comemorou o músico pernambucano, radicado na cidade desde a década de 1970.

Uma extensa programação desenvolvida no Teatro da Escola, entre 20h e 22h30, por grupos de alunos e professores, foi aplaudida calorosamente pelo público, que lotou a sala de concertos. O primeiro conjunto a apresentar-se foi o Coro de Câmara, que, sob a regência do maestro Éder Camúzis, interpretou Cantares (Ronaldo Miranda) e Veraño porteño (Astor Piazzolla).

Em seguida, foi a vez de a banda sinfônica empolgar a plateia. Com uma formação que incluía flautas, clarinetas, clarones, saxofones, oboés, fagotes, trompas, trompetes, trombones, eufônio, percussão, tuba e harpa, exibiu bom entrosamento. Tendo como regente o francês Claude Brendel, executou La cucina italiana (Robert Finn), Introduction and samba (Maurice Whitney), Et in terra pax (Jan Van Der Roost) e Suite populaire grecque (Franco Cesarini). Pela primeira vez no curso, Brendel disse que se surpreendeu positivamente com o evento: ;Os alunos são dedicados, ávidos por conhecimento e estiveram sempre atentos e dispostos a aprender;.

O maestro inglês Kirk Trevor e a orquestra sinfônica do 33; Curso Internacional de Verão foram muito aplaudidos com o programa que incluiu Siegfried Idyll (Richard Wagner) e a suíte An american in Paris. ;Já regi muitas orquestras, de diferentes sons relacionados à cultura de cada país em que estive. Os músicos brasileiros sabem muito bem trabalhar com o som. Não só ensinei, como também aprendi muito com os alunos;, elogiou Trevor.

Para Noel Hansen Nascimento, que veio de Niterói (RJ) e compôs até uma balada aqui, intitulada Homenagem ao céu de Brasília, sua primeira participação no Curso de Verão foi proveitosa por vários motivos. ;Primeiro, por descortinar um outro horizonte no meu estudo de música, assistindo às aulas de acordeom e violão. Depois, pela troca de experiência musical, no convívio com pessoas de diferentes regiões do país, de quem recebi muitas informações.;

Ana Carolina Steinkopf, violinista brasiliense, há quatro anos participa do evento. Desta vez, teve como professor o violinista russo Sergey Arutyunyan. ;As aulas dele foram valiosas;, elogiou. ;Outro aspecto positivo do curso foi a possibilidade de ficar sabendo o que vem sendo feito na minha área, por estudantes de outros estados, com quem tive contato.;

Noel Hansen estreou no curso e fez até uma balada para BrasíliaNúmeros
50 - professores

716 - alunos

42 - disciplinas

546 - aulas

174 - apresentações

40 - mil espectadores

Saldo positivo

Um dos eventos mais importantes do calendário artístico-cultural da cidade, e um dos principais do gênero no Brasil e na América Latina, o Curso de Verão reuniu, em sua 33; edição, 38 professores brasileiros e 12 vindos de outros países (Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, França, Hungria, Romênia, Eslovênia, Moçambique, Cuba, Argentina e Venezuela).

;O saldo foi bastante positivo, pelo número de professores e alunos reunidos, e pela expressiva participação de todos nas aulas, oficinas, ensaios e concertos, que neste ano foram levados a praças públicas e outros locais;, comemorou Jonas Correia, diretor da Escola de Música e coordenador-geral do curso. Um dos shows que mais o entusiasmaram foi o que a big band fez na penitenciária feminina da Colmeia, no Gama, no dia 19. ;Vinte e oito músicos foram até lá, e as detentas, tomando banho de sol, ouviram choro, samba, frevo e outros ritmos brasileiros.;

Sentado na primeira fila no concerto de encerramento, o secretário de Cultura, Hamilton Pereira, também mostrou-se entusiasmado com o que viu e ouviu: ;O Curso de Verão é um espaço consolidado de acolhimento da diversidade musical do Brasil e de países de vários continentes aqui representados;. (IRL)

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