postado em 08/02/2011 08:24
Em cidades onde o carnaval é tradição, são comuns também os eventos que precedem a festa. Mesmo sem esse propósito, o show de Manu Chao no último domingo, dentro de edição especial da Criolina, no Arena Futebol Clube, acabou funcionando quase como uma folia fora de época sem confete e serpentina, uma micareta sem trio elétrico para aproximadamente 1.500 pessoas. Manu subiu ao palco às 21h45 e só desceu ; depois de algumas voltas para cantar mais alguma música ; à meia-noite. E não parecia nem um pouco cansado após a maratona musical.O carisma e a espontaneidade com que Manu Chao e os músicos Gambacito (baterista) e Madji (um ótimo guitarrista, na ocasião, empunhando violão) apresentaram as canções, estavam na cara. Longe do desleixo, mas impossível não perceber que ali, em cima do palco, estavam três amigos numa infinita jam session.
A maneira como Manu Chao apresenta as composições ; geralmente, uma encadeada na outra ; também chama a atenção. No geral, nenhuma delas se parece com os registros dos discos. Ao vivo, todas as músicas são encaixadas em três ou quatro possibilidades de arranjos nas quais todas as músicas são configuradas. Algumas mais para o reggae, outras mais para o punk rock ou um híbrido disso tudo e muito mais. Por um lado, cada show é único, pois as músicas são apresentadas com uma cara diferente. Por outro, fica nítida a sensação do quanto quase três horas ouvindo músicas muito parecidas umas com as outras pode ser maçante.
Esse foi o terceiro show de Manu Chao no Arena e, em comparação, o mais light, com menos punch roqueiro. Detalhe que não passou despercebido pelo músico André Bermak: ;Já vi vários shows dele, em vários formatos. Prefiro os mais rock, mais ska. Mas isso é uma questão de gosto, pois os shows são bons mesmo assim. A música dele é do tipo que bate na alma.;