postado em 10/02/2011 07:53
Rafael Cardoso não se cansa de usar o adjetivo ;divertido; ao falar sobre seu trabalho em Ti-ti-ti. Mas a empolgação do ator com a trama de Maria Adelaide Amaral, onde ele interpreta o playboy Jorgito, não tem nada a ver com qualquer traço cômico do personagem. Para Rafael, o principal motivo de diversão é poder trabalhar as transformações de um rapaz que começou a novela como um mulherengo irresponsável e, após se apaixonar, se torna mais sério e maduro. ;Quando faço um cafajeste, acho até mais divertido porque sai um pouco do comum para mim. Mas mudanças são sempre interessantes e dão mais ânimo na hora de criar. É gostoso pensar em como fazer para não perder o personagem que já existia;, explica.Desde o início da trama, Rafael já esperava a transformação do personagem. ;As novelas trabalham com arquétipos e essa é a trajetória do herói: começa imaturo, passa por um trauma e se torna uma pessoa melhor. Estava aguardando qual seria a redenção do Jorgito;, teoriza. Na história, a mudança de Jorgito foi impulsionada por sua paixão pela modelo Desiré (Mayana Neiva). Quem fica feliz com as novas atitudes do playboy é a mãe dele, Rebeca (Christiane Torloni).
O ator, no entanto, torce para que essa redenção ainda não tenha chegado ao fim, de forma que ele possa passar por outras mudanças na trama. ;Quem sabe isso não aconteceu muito cedo para que o Jorgito perca o foco mais uma vez? Não sei para onde vai, mas espero que mude de novo;, especula ele, que vive o personagem interpretado por Paulo Guarnieri na novela Plumas & paetês, exibida em 1980. Rafael chegou a ver algumas cenas da obra original, mas destaca que preferiu não se prender muito à interpretação. ;Achei melhor assim porque pude ir na minha, sem ficar preso. E o personagem em si é um pouco diferente. Houve uma adaptação;, destaca.
Ti-ti-ti é a segunda novela da carreira de Rafael, que estreou na tevê em outra trama das sete, Beleza pura, na pele do skatista Klaus ; coincidentemente, filho da personagem de Christiane Torloni, que agora faz Rebeca, mãe de Jorgito. Mas foi na minissérie Cinquentinha, exibida em 2009, que ele se destacou ao fazer cenas ousadas ao lado de Marília Gabriela, no papel de Eduardo, jovem que se envolvia com a avó de seu melhor amigo. No mesmo ano, ele estreou no cinema no polêmico filme Do começo ao fim, no qual viveu o protagonista Thomás, rapaz que mantinha um relacionamento incestuoso com o meio irmão. ;Foi um personagem difícil em um filme importante para sair do estereótipo de ;ele só faz o moleque bonitinho da tevê;. Fui lá e fiz um totalmente diferente, com uma história forte;, enaltece.
Nascido em Porto Alegre, Rafael se mudou para o Rio de Janeiro aos 18 anos para cursar a oficina de atores da Globo. Antes de decidir investir na carreira de ator, jogava futebol no Grêmio. O interesse pela área artística só apareceu após ter feito seu primeiro comercial. ;Virei para o meu pai e disse que queria deixar de jogar futebol para ser ator. No início ele levou um susto, mas me apoiou em tudo;, lembra Rafael, que aos 25 anos se orgulha em conseguir se sustentar sozinho desde o início. ;Vim de Porto Alegre com um material legal, larguei com produtores e as coisas começaram a vingar. Publicidade, teatro, convite para cinema e televisão. Desde então não parei mais e, felizmente, não faltaram trabalhos;, comemora.