postado em 12/02/2011 08:00

Teoria nerd/ Pedro Brandão e João Pácifer, nerds convictos, compartilham idade (23) e o seriado favorito: The big bang theory (ativo desde 2007). Graduado em Antropologia e funcionário da Organização Internacional do Trabalho, órgão da ONU, Brandão conta que a série toma conta das conversas com os amigos. ;Esse seriado cria um tipo de humor por meio dos estereótipos dos personagens. Jargões sempre viram piadas internas. Tem a clássica batidinha na porta, por exemplo. Sheldon bate três vezes na porta e fala o nome da pessoa de uma maneira irritante;, diz.
Pácifer, publicitário especializado em vídeo, destaca o chavão ;Bazinga;. Sempre que Sheldon (Jim Parsons), o protagonista, conta uma piada, encerra a anedota com a expressão citada. ;Tem aquela coisa do geek engraçado. O seriado sacaneia com essas coisas dos nerds. Às vezes, estamos na mesa, conversando sobre uma coisa qualquer, e surge um momento em que tá todo mundo falando de iPhone, de um novo programa de computador, de um novo game. Igualzinho ao seriado: todo mundo do nosso grupo é pouco geek, nerdzinho;, brinca.
Festa contagiada / Bruno Antun, 22 anos, é fã de mais de uma dúzia de seriados, de gêneros diferentes (do policial à comédia). Mas acolhe expressões de pelo menos dois deles para a vida real. Do britânico Skins (ativo desde 2007), chamado Juventude à flor da pele no Brasil, ele incorporou as exclamações frequentes da personagem Cassie. ;Ela é deslumbrada com tudo, vive dizendo uau, uau;, diverte-se o publicitário, que se divide entre as redes sociais e o apoio em festas. O amigo Hermano Noleto, 22, e a prima Yohana Antun, 18, também não perdem um episódio. Ele compara as baladas em que trabalha ao ambiente da série teen, que acaba de ganhar versão norte-americana.

Phoebe vive
No cotidiano de Manuela Carvalho, 21 anos, Friends (1994-2004) é coisa de família. ;Todo mundo parece ser um personagem;, diz a estudante de jornalismo e concurseira. A paixão começou com duas tias, Gláucia e Cláudia. E depois virou mania: dos avós, Gercira e Onésimo, com quem Manuela vive, aos primos, como Luísa, 16 anos. ;Todo mundo começou a ver junto. Acabou em 2004, e a gente continuou assistindo. Terminava e começava de novo;, revela. A personagem Phoebe (Lisa Kudrow) inspira os momentos de desespero de Manu. ;Comecei a ser um pouquinho como ela;, conta. Nas situações em que tudo dá errado, ela vocifera ;What do you want from me?; (O que você quer de mim?, em português). A fã detalha: ;Ela fala gritando com o alarme de incêndio. Ele não parava de tocar. Mas no trânsito... carro morrendo, gritei desse jeito. Meus primos danaram a rir;, explica.
Arquivo K/ Arquixo X (1993-2002) acabou faz tempo, mas deixou um legado permanente. Késsia Nina (foto), 31 anos, construiu longas amizades por meio de Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson), agentes do FBI que investigam ameaças sobrenaturais. ;Tenho um grupo de amigas. A gente começou a se comunicar em 1999 pela internet. Conhecemos gente do mundo inteiro, temos amigos estrangeiros desde aquela época;, diz a funcionária pública. Ela criou um site dedicado à série (shipperx.com) e coleciona livros, brinquedos e DVDs. E sabe falas de cor. ;;Hum, parece bom;. Scully diz isso quando ocorre uma autópsia e ela vê o que tem dentro do cadáver;, lembra. No cotidiano de Késsia e amigos, o chavão da personagem é expressão habitual e mobiliza boas risadas. Os números 1013 e 1121, por exemplo, são recorrentes em vários elementos do seriado: calendário, horários e logins e senhas de computador. ;Eles usavam os números pra um monte de coisa. A gente usa muito esses números clássicos da série;, explica.