postado em 25/02/2011 07:10
Não é necessário ir a uma micareta ou carnaval fora de época para curtir axé music em Brasília. O ritmo, que estourou em todo o país no começo da década de 1990, teve seus altos e baixos, mas nunca deixou de manter seus fiéis seguidores. Ainda mais agora, que o carnaval está pintando por aí, bares e boates da cidade oferecem, de terça a domingo, opções para curtir esse estilo musical essencialmente baiano. A nova versão do axé, o acústico, tem conquistado gente de todas as idades, mas o público jovem e adolescente acaba sendo a bola da vez. Gente como os amigos Bruno Vieira, 30 anos, e Wisteler Alencar, 26, que pelo menos uma vez por semana não corre atrás do trio, mas segue em busca de cantores adeptos do gênero musical. ;Brasília não tem tanta tradição de micareta, então a gente tem que buscar alternativas. Gosto muito de carnaval, de música baiana, e estou até pensando em ir para Salvador. Enquanto não chega, a gente vai esquentando por aqui mesmo;, comenta Wisteler, que costuma frequentar o Pier 21, o Garota Carioca e o Bier Fass. Para Bruno, o axé tem uma energia tão intensa que mesmo quem não é fã do ritmo, acaba se rendendo. ;É bem alto-astral, pra cima, e até nesse esquema mais tranquilo, de ficar no barzinho escutando, as pessoas se animam. Não tem como ficar parado;, acredita.
Segundo Marco Araújo, produtor cultural e um dos organizadores do projeto Pier de todos os sons, que oferece axé três vezes por semana no Pier 21, há uma demanda na cidade por música ao vivo. E, em Brasília, os artistas locais têm um diferencial que acaba conquistando um público cativo. ;Essa proposta do acústico, mesmo com o axé, que é um ritmo mais pra dançar, consegue cativar muita gente. Aproxima do público. As pessoas estão sentindo falta desse tipo de atrativo;, acredita.
[FOTO2]Os estudantes Henrique Amaro, 22 anos, e Aroldo Oliveira, 21, concordam e revelam que não têm muito ânimo de frequentarem micaretas ou algo do gênero. Por isso, aprovaram projetos de axé em um clima bem mais sossegado. ;Não precisa ir para uma micareta, enfrentar aquela multidão pra ouvir um axé. A gente gosta desse esquema mais light mesmo. Escutamos uma música que gostamos, e ainda dá pra conversar com os amigos;, declara Henrique.
Circuito restrito
Apesar de se encontrar axé praticamente em todos os dias da semana, os frequentadores das casas que oferecem esse gênero musical reclamam que as atrações ficam restritas aos mesmos artistas. Os cantores Thiago Nascimento, Thaís Moreira e Adriana Samartini acabam concentrando praticamente os
shows de axé na cidade. ;Todos são muito bons e a gente sempre os acompanha, mas deveria ter mais opções, até para o axé crescer em Brasília;, expõe a publicitária Nayara Lima, 22 anos.
Com a irmã Natacha, 27, ela costuma arrastar sua mãe, a securitária Andréa Lima, 46, para as baladas ;axezeiras; e todo mundo aproveita bastante. ;É muito animado e um dia eu gostaria de ir para o carnaval de Salvador. Deve ser muito bom;, diz Andréa. A amiga Patrícia Minieri, 40 anos, também é fã de música baiana e, sempre que pode, arruma um jeitinho de ir a algum show para curtir a música na capital. ;Não tem como não se animar. É uma ótima opção de entretenimento; , declara.
As amigas Carina Andrade, 24 anos, Kárita Queiroz, 29, Maíra Lacerda, 23, e Melissa Neves, 30, arrumaram um bom programa para as tardes de domingo: curtir axé na beira do Lago Paranoá, no Bier Fass, do Pontão. ;A gente gosta muito de axé e, principalmente, aos domingos, que é um dia mais morto, estamos sempre vindo pra dar aquela animada e começar bem a semana;, comenta Carina.
Para Kárita, a cidade tem boas pedidas para quem é ;axezeiro; e a qualidade da música e o ritmo empolgante são os segredos do sucesso. ;Ele sempre vai ter seus seguidores, seja tocado numa micareta ou num barzinho mesmo. Isso que é bom;, opina.