postado em 25/02/2011 08:20
Os diretores Adriano e Fernando Guimarães estão em festa com o projeto Resta pouco a dizer, que encerra no domingo o projeto de ocupação Teatro visual: o que ainda não tínhamos visto?, do Complexo Cultural Funarte, iniciado em 28 de janeiro com o espetáculo Balanço. Na quarta temporada em Brasília, os criadores experimentam não só o interesse de público, que tem quase lotado o Teatro Plínio Marcos, como observam as mudanças vivas do processo de mergulho e interpretação estética sobre as peças curtas e as performances (inspiradas) de Samuel Beckett. Amanhã, às 21h, e domingo, às 20h, Resta pouco a dizer, projeto indicado ao Prêmio Shell 2008, segue com Respiração mais, Catástrofe, Ato sem Palavras II, Jogo, Respiração I e II, Respiração embolada.; Uma média de 200 pessoas tem ido ver o trabalho, o que é um público interessantíssimo para uma sala com capacidade de 250. Lotou mesmo na abertura de Balanço, com Vera Holtz.
Para compor melhor Balanço, os diretores eliminaram as fileiras laterais, já que Beckett, ensina Fernando, pede uma visão frontal. Só que lotou tanto, que eles tiveram que repor as poltronas para dar sequência ao projeto que, além dos espetáculos e performances, soma-se a palestras, como a do diretor de Antonio Araújo (do Grupo Vertigem) e oficinas sobre a estética e a dramaturgia beckettiana.
Além da boa recepção de público, Adriano e Fernando Guimarães observam como o material dramatúrgico proposto pelos dois se modifica nos corpos de um elenco renovado. Do grupo original que estreou no CCBB em 2000, apenas Bruno Torres acumula experiências.
; Esse projeto é do coração da gente e constatar essa renovação é empolgante, aponta Fernando Guimarães.
; É muito interessante, depois de oito anos, a gente delinear essas transformações da cena. É sempre um aprendizado, constata Adriano, que fará uma crítica desse processo de ocupação da Funarte.
RESTA POUCO A DIZER
Teatro Plínio Marcos (Complexo Cultural Funarte, perto da Torre de TV; 3322-2076). Amanhã, às 21h; e domingo, às 20h, Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia). Não recomendado para menores de 16 anos.
O repertório:
Respiração mais.
De Adriano e Fernando Guimarães. Com Bruno Torres, Diego de Léon, Leandro Menezes e Mateus Ferrari. Dois grandes aquários cheios de água. Dois atores estão dentro de dois grandes aquários cheios de água. Um terceiro ator, com um cronômetro e uma campainha, regula quanto tempo eles devem ficar imersos ou submersos.
Catástrofe.
De Samuel Beckett. Com Michelly Scanzi, Otávio Salas e Valéria Rocha. Toques finais na última ceia. Um diretor, sua assistente, um ator e um iluminador ensaiam uma peça de teatro. O diretor rejeita constantemente as sugestões feitas por sua assistente e manipula o ator inerte.
Ato sem palavras II.
De Samuel Beckett. Com Bruno Torres, Leandro Menezes e Mateus Ferrari. Dois personagens executam uma quantidade muito diferente de ações durante o mesmo espaço de tempo.
Jogo.
De Samuel Beckett. Direção: Adriano e Fernando Guimarães. Com Camila Evangelista, Diego de León e Michelly Scanzi. Três caixas no palco. Em cada caixa uma cabeça ; um homem e duas mulheres. A peça apresenta, com humor, a história de um triângulo amoroso. Cada um dos personagens conta sua própria versão dos mesmos fatos.
Respiração I
e II e Respiração embolada. Com Adriano e Fernando Guimarães. Todo o elenco. As três performances são apresentadas separadamente, mas fazem parte do mesmo segmento. Em Respiração I e II, os atores devem permanecer o maior tempo possível sem respirar. Na última, Respiração Embolada, os atores estão ou com as cabeças mergulhadas nos baldes ou respirando ao mesmo tempo em que cantam uma embolada. A regra é manter rigorosamente o ritmo da embolada a despeito da capacidade respiratória de cada um.
Teatro Plínio Marcos (Complexo Cultural Funarte, perto da Torre de TV; 3322-2076). Amanhã, às 21h; e domingo, às 20h, Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia). Não recomendado para menores de 16 anos.