postado em 27/02/2011 12:05
Morreu na madrugada de hoje (27/2) o escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Moacyr Scliar. Vítima de falência múltipla dos órgãos, Scliar tinha 73 anos e estava internado havia mais de um mês no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.Em 11 de janeiro, Scliar deu entrada no hospital para a retirada de pólipos do intestino. Cinco dias mais tarde, ele sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e teve de passar por nova cirurgia. No início de fevereiro, o quadro se agravou, com uma infecção respiratória.
O velório ocorrerá hoje, a partir das 14h, no salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O corpo do escritor será enterrado amanhã, em cerimônia reservada para parentes e amigos.
Vencedor de três prêmios Jabuti, em 1988, 1993 e 2009, Scliar escreveu mais de 70 livros, entre contos, crônicas, ensaios e romances. O escritor também recebeu o prêmio Casa de las Américas, em 1989, e o prêmio José Lins do Rêgo, concedido em 1998 pela ABL. Com obras publicadas em mais de 20 países, o escritor foi eleito para uma cadeira na ABL em 2003.
Filho de imigrantes judeus da Bessarábia (Rússia), Moacyr Scliar nasceu em Porto Alegre em 23 de março de 1937. Médico sanitarista, o escritor começou na literatura escrevendo, em 1962, uma série de contos sobre sua formação. O primeiro romance, A Guerra no Bom Fim, levou o nome do bairro onde nasceu e cresceu na capital gaúcha.
O livro O Centauro no Jardim (1980), incluído na lista dos 100 melhores livros de temática judaica pelo National Yiddish Book Center, dos Estados Unidos. Outras obras de destaque são O Olho Enigmático, A Orelha de Van Gogh, A Majestade do Xingu e Manual da Paixão Solitária.
Amigo do escritor, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o deputado Adão Villaverde, lamentou a morte de Scliar. ;Por mais que estivéssemos informados da dificuldade do quadro nos últimos dias, é sempre muito duro perder alguém como ele. Ao mesmo tempo que era um escritor absolutamente renomado e reconhecido era um grande ser humano, um grande porto-alegrense. Perdemos um símbolo de cultura e de humanidade neste domingo.;