Diversão e Arte

No 1º mês, BBB 11 tem pior audiência da história, mas faturamento cresce

postado em 09/03/2011 15:36
Em seu primeiro mês no ar, o Big brother Brasil 11 registrou a audiência mais baixa de todos os tempos. Até 24 de fevereiro, o reality show teve, em média, 25,2 pontos no Ibope, quase metade dos 45,7 pontos registrados na quinta edição, seis anos atrás (cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande São Paulo). O programa, dirigido por Boninho, está em queda livre desde 2005, quando conquistava quase 70% dos televisores ligados. Agora, são 41%, média relativamente baixa para a Globo.

Mas, o faturamento tem aumentado. A atual edição rendeu à emissora cerca de R$ 380 milhões. A cota principal de patrocínio, que custava R$ 13,5 milhões no ano passado, hoje é vendida a R$16,9 milhões. A Globo está em conversas com a Endemol (empresa dona do formato) para transmitir o programa até 2020. Mônica de Carvalho, vice-presidente de mídia e business da DM9, agência que anuncia quatro produtos no BBB, diz que, embora a audiência caia, "o resultado ainda é muito significativo;. Procurado, Boninho não quis se manifestar.

Profissionalizado
A pesquisadora e crítica Ilana Feldman, autora do estudo Paradoxos do visível ;reality shows, estética e biopolítica, diz que o programa tem ficado cada vez mais "profissionalizado;. "No começo havia tipos variados. Hoje, o elenco é muito homogêneo.; Feldman cita os primeiros vencedores para ilustrar a tese: "Ganharam Cowboy, Mara, Cida. Eram pessoas mais simples, que remetiam à ideia de Brasil profundo;.

Ela diz que a vitória de Diego Alemão, na sétima edição do Big Brother Brasil, gerou um novo tipo de participante. "A partir dele, o ganhador passou a ser aquele que sabe jogar. Rafinha, Max e Dourado, que conquistaram o prêmio desde então, eram homens sarados, empreendedores de si. Acho assustador esse padrão.; Para Feldman, a queda da audiência pode estar associada a uma pasteurização do perfil dos participantes. "O atual critério de composição é tipificador. Reduz os outros a classificações identitárias, a estereótipos. Em reality show, a palavra mais importante não é reality, mas show,; afirma.

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