Diversão e Arte

Guinga e Mônica Salmaso se apresentam no projeto Acordes do Rádio

Irlam Rocha Lima
postado em 29/03/2011 07:33
Mônica Salmaso e Guinga: admiração que começou na década de 1990 transformada em show no CCBBAdmiradora desde sempre da obra de Guinga, Mônica Salmaso o conheceu pessoalmente no começo da década de 1990, quando ele lançou Simples e absurdo, o primeiro álbum, na extinta casa noturna Vou Vivendo, em São Paulo. Em seguida viria a gravar as canções Saci e Senhorinha ; parcerias do compositor com o poeta Paulo César Pinheiro ; em seus discos Trampolim e Voadeira, respectivamente.

Mais recentemente, os dois fizeram shows juntos no Sesc Pompeia, em São Paulo; no Centro Cultural Banco do Brasil e no Teatro Rival BR, no Rio de Janeiro. Hoje, eles se reencontram em Brasília ao participarem no teatro do CCBB do espetáculo de encerramento do projeto Acordes do Rádio ; 90 anos do violão brasileiro. Há sessões às 13h (gratuita) e às 21h, com ingressos a R$ 15 e R$ 7,50 (meia).

Guinga, que terá a companhia do violonista e guitarrista brasiliense Lula Galvão, vai mostrar temas autorais como Baião de Lacan, Choro pro Zé, Contenda e Nó na garganta; e aproveita para homenagear o violonista pernambucano Meira (1909-1982), na passagem do centenário do músico, que considera um dos seus mestres, interpretando a valsa Quando a saudade apertar, num solo de voz e violão.

;Conheci o Meira indo à casa dele, no subúrbio do Rocha (Rio de Janeiro). Pela primeira vez vi um violonista brasileiro tocar o Choro de saudade, de autoria do paraguaio Agustin Barrios. Eu tinha 18 anos e fiquei impressionado com aquela técnica toda. Tocava de ouvido e, naquele momento, cheguei à conclusão que precisava estudar violão e fiz isso com o professor Jodacil Damaceno;, recorda-se Guinga.

Alunos ilustres
Tempos depois, numa visita a Baden Powell, Guinga reencontrou Meira e foi apresentado a Raphael Rabello. ;Tanto Baden quanto Raphael foram alunos ilustres de Meira, personagem importantíssimo da época de ouro do rádio. Antes, havia participado, com Meira, Dino e Canhoto do Cavaquinho, da gravação de Cartola do clássico O mundo é um moinho;, conta.

Ao lado de Mônica, no encerramento do show, Guinga fará três canções, todas dele: Noturna, Senhorinha e Bolero de satã, gravada por Elis Regina no LP Essa mulher. ;Quando conheci Mônica e a vi cantar, senti que diante de mim estava uma das maiores cantoras da música brasileira de todos os tempos, uma intérprete da maior sensibilidade, dona de timbre raro;, elogia. ;Ultimamente, para minha alegria, temos feito alguns concertos juntos;, acrescenta.

Pelo visto, a parceria entre Guinga e Mônica terá continuidade. Um dos projetos dela para 2011 é a gravação de CD só com músicas do compositor com Paulo César Pinheiro.

;O repertório está sendo defendido, mas posso adiantar que tem músicas inéditas e outras já gravadas, mas que não tiveram repercussão;, anuncia a cantora paulistana. ;Até maio sai pela Biscoito Fino o álbum Alma lírica, que gravei com o pianista Nelson Ayres e o flautista e saxofonista Teco Cardoso.;

No show pelo Acordes do rádio, acompanhada pelos violonistas Marcos Alves e Carlos Chaves e pela clarinetista Joana Queiroz, Mônica colocará sua bela voz a serviço de canções compostas por grandes violonistas brasileiros: Estrada do sertão (João Pernambuco e Hermínio Bello de Carvalho), Correnteza ( Luiz Bonfá e Tom Jobim), Canto de Xangô (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e Cabrochinha (Maurício Carrilho).

Acordes do Rádio ; 90 anos do violão brasileiro
Show de encerramento do projeto com Guinga e Mônica Salmaso hoje, às 13h (entrada franca) e às 21h (ingressos a R$ 15 e R$ 7,50 ; meia), no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Sul). Classificação indicativa livre. Informações: 3310-7087.

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