Diversão e Arte

Curitiba respira teatro com a disputada Mostra Contemporânea e o Fringe

postado em 30/03/2011 08:00
Inverno da luz vermelha, de Monique Gardenberg, é atração em CuritibaVitrine do teatro brasileiro, o Festival de Curitiba começa a maratona para comemorar duas décadas voltadas às artes cênicas. A capital paranaense já respira teatro com a disputada Mostra Contemporânea e o Fringe, evento paralelo que reúne quase quatro centenas de espetáculos vindos de todo o Brasil. Até 10 de abril, a ordem é ocupar palcos e ruas com as mais variadas formas de representação cênica. De Brasília, A cela, da Cia. Mapati, integra o Fringe 2011, com sessões (sexta, sábado, domingo e no dia 7), no Teatro Novelas Curitibanas.

Todos os olhos estão voltados para a Mostra Contemporânea, que, nesta edição, privilegia as companhias. Onze das 31 peças, são de grupos. Os Satyros traz O último stand-up, adaptação do texto Pátroclo ou o destino, de Marguerite Yourcenar, da Guerra de Troia para a caótica São Paulo. A Sutil Companhia, de Felipe Hirsch, estreia, com grande expectativa, Trilhas sonoras de amor perdidas, segunda parte de uma trilogia iniciada com A vida é cheia de som e fúria. O Grupo Galpão apresenta em primeira mão Tio Vânia, clássico de Tchecov com direção de Yara Novaes.

O mosaico da Mostra Contemporânea, que mais uma vez privilegiou montagens do eixo Rio-São Paulo, foca em dramaturgia nacional. São 14 textos como os das montagens Adultério, da Companhia Atores de Laura; e Antes da coisa toda começar, da Armazém Companhia. A dança vem presente com A Companhia Deborah Colker (Tathyana), enquanto Denise Stoklos apresenta o monólogo Preferia não?, em que questiona a cultura de consumo.

Os musicais cariocas chegam com tudo, como o ótimo É com esse que eu vou, sobre o samba, da dupla Sérgio Cabral e Rosa Maria Araújo, autores de Sassaricando. O drama Ligações perigosas, com Maria Fernanda Cândido, integra a diversidade da mostra, que traz ainda Inverno da luz vermelha, que fez temporada de casa cheia no CCBB Brasília.

Quem tenta reencontrar um sentido após sucessivas críticas é a mostra paralela Fringe. Neste ano, são 370 peças. O ponto frágil dessa mostra é falta de curadoria, marcada mais pela quantidade de espetáculos do que pela qualidade. Há críticas também pela falta de infraestrutura adequada aos grupos, que têm que bancar os custos da temporada e de divulgação. Muitas peças ficam invisíveis em meio a tanta programação, que badala, sobretudo, as peças da Mostra Contemporânea.

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