Diversão e Arte

Iron Maiden faz show para todas as idades com clássicos e músicas recentes

Entre clássicos e músicas mais recentes, o grupo levou 17 mil fãs ao delírio

postado em 01/04/2011 07:00
Alma do Iron Maiden, o baixista Steve Harris (E) esbanjava potência, enquanto Bruce Dickinson berrava a plenos pulmões os clássicos da banda, com solos de Janick GersNão importa cor, religião ou nacionalidade: se você é fã do Iron, você é da família. A frase dita pelo vocalista Bruce Dickinson durante o show da banda britânica em Brasília, na noite de quinta-feira, faz todo o sentido, como puderam comprovar os aproximadamente 17 mil fãs presentes (de acordo com a produção do evento) na arena montada no estacionamento do Estádio Mané Garrincha.

Existe uma cumplicidade entre o grupo de Dickinson e seus admiradores. A banda faz sua parte com honestidade e competência. Os músicos não são mais os rapazes que incendiaram o Rock in Rio em 1985. Porém suas atuações no palco parecem desafiar o passar do tempo. Na casa dos 50 e poucos anos, os integrantes são sangue, suor e eletricidade em cima do palco. A plateia, por sua vez, responde às músicas com a mesma intensidade com que a banda as entrega para ela: cantando (ou berrando), batendo cabeça, socando o ar no ritmo das músicas, deixando escorrer lágrimas de emoção.

Bruce Dickinson, como se sabe, é o centro das atenções. Vestido com seu habitual modelito para shows ; touca na cabeça, calça camuflada e uma camiseta preta sem mangas com os dizeres Psycho Ward (Enfermaria psicopata) estampados ;, ele não para quieto um instante. Vai de um lado para o outro do palco, sobe e desce das plataformas montadas no cenário, dá saltos com as pernas abertas. Conversa com o público em alguns intervalos entre uma música e outra ; ;Passamos por um tremor de terra na Nova Zelândia e um terremoto no Japão. Cancelamos dois shows lá e milhares de fãs não puderam nos ver, mas o pior de tudo é a tragédia pela qual essas pessoas passaram;. Sua voz continua poderosa. A cada ;Scream for me, Brasília!” (;Grite para mim, Brasília!”), os fãs respondiam com muito barulho.

[FOTO2]À esquerda do palco, os guitarristas Adrian Smith e Dave Murray se mantinham discretos e tranquilos como sempre. Um contraponto à presença de palco do guitarrista Janick Gers, cheio de poses e estripulias. O baixista Steve Harris (fundador do Iron) tem uma aura tão cool que não precisa de muito para justificar o fascínio que sua figura exerce nos fãs. Escondido atrás das várias peças que compõem sua bateria, Nicko McBrain se faz ouvir com uma pegada técnica e precisa. Só é possível ver seu rosto no fim da apresentação, quando ele vai até a beirada do palco e joga suas baquetas para o pessoal na área do gargarejo.

Roteiro

O repertório apresentado na The final frontier world tour não é novidade para quem acompanha a banda. O sexteto executa as mesmas músicas, na mesma ordem, em todos os shows da turnê. Ao todo, são 16 composições, contando as três do bis e a instrumental Satellite 15... The final frontier, que abre a apresentação. Aliás, o anúncio de que o show vai começar é a música Doctor doctor, da banda inglesa UFO, uma das principais influcências do Iron.

O roteiro concentra as músicas do disco mais recente (o 15; álbum de estúdio da carreira da banda, lançado no ano passado) no começo do show. Mesmo que muitos fãs não as conhecessem, boa parte dos que estavam lá cantaram as faixas de The final frontier com a banda. É claro que elas não causam a mesma reação que os clássicos do grupo. 2 minutes do midnight foi o primeiro deles a dar as caras e causar o efeito ;tira o pé do chão;.

No miolo do show, surgem músicas de discos mais recentes, como The wickerman e Blood brothers (ambas de Brave new world, de 2000). A elas, se seguem When the wild wind blows (de The final frontier), que para muitos ali serviu de justificativa para ir comprar uma cerveja ou aproveitar para ir ao banheiro. Esta passagem mais modorrenta foi compensada logo em seguida, quando a Donzela de Ferro encadeou The evil that men do, Fear of the dark, Iron maiden, que fecha o set list antes da banda voltar ao palco para o bis.

É em the Evil; que Eddie, o mascote da banda, surge em cena. Um bonecão de quase três metros. Fear of the dark, música obrigatória em qualquer show do Maiden, foi outro momento de comoção, com a galera cantando junto a plenos pulmões. Para o bis ficam reservados outros três clássicos: The number of the beast, Halowed be thy name e Running free. É nesta última que Bruce apresenta seus companheiros de banda. E promete: ;We;ll see you again, Brasília!” (Nos veremos outra vez, Brasília). Os fãs mal veem a hora do reencontro.

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