Existem maneiras distintas de enxergar a figura de Ozzy Osbourne. Para alguns, o cantor britânico de 62 anos é o pai de família atrapalhado do reality show The Osbournes ; um seriado que jogou luz no lado mais excêntrico, cômico, dramático e, claro, afetivo de Ozzy e seus parentes.
Para outros, o ex-vocalista do Black Sabbath é uma lenda viva do rock;n;roll, um músico que ajudou a popularizar o rock pesado do começo dos anos 1970 ; e, consequentemente, a fundar algumas das bases do heavy metal. Alguém cuja trajetória, tanto no Sabbath quanto na bem-sucedida carreira solo, foi marcada por excessos e escândalos. Álcool, drogas e morcegos decapitados fizeram parte de momentos conhecidos da vida do Príncipe das Trevas. Mas nada foi capaz de pará-lo.
O Ozzy que se apresenta em Brasília hoje, pela primeira vez (às 21h30, no Ginásio Nilson Nelson), se diz longe de vícios. A não ser daquele que o move desde que começou na música. ;Continuarei fazendo turnês mesmo morto!”, exclamou na entrevista coletiva realizada em São Paulo, na última sexta-feira. Ali, diante dos jornalistas, Ozzy deixou claro mais uma vez seu talento para divertir as pessoas. Com bom humor, respondeu perguntas sobre sua coluna de saúde, Dr. Ozzy (;se vocês a lerem, não levem a sério!”), a vida familiar (;em casa eu só recolho o cocô do cachorro. No rock, eu sou o rei;), recordações do Brasil (;no Rock in Rio, em 1985, toquei no maior lugar e para o maior público da minha carreira até então. A paixão dos brasileiros pela música é perceptível e eu amo tocar aqui;) e como escolhe os guitarristas para sua banda (;prefiro sempre os músicos amadores. Os jovens guitarristas querem ser campeões do mundo, não estão acomodados como os guitarristas famosos;).
Vigor
Questionado sobre quem levou a vida mais louca, ele ou o guitarrista dos Rolling Stones Keith Richards (que, tal qual Ozzy, teve uma biografia lançada no ano passado), o cantor disse que não saberia responder. ;Isso não é uma competição, sabe?;, emendou. Mas em comum, esses dois ícones do rock têm uma vitalidade que parece transcender suas idades. Sábado à noite, em show em São Paulo, os 30 mil fãs presentes na Arena Anhembi puderam conferir o vigor que Ozzy já tinha mostrado em Porto Alegre, onde se apresentou em 30 de março, na primeira data da turnê brasileira ; que além de São Paulo e Brasília, passa ainda por Rio de Janeiro, em 7 de abril, e Belo Horizonte, dia 9.
Do momento em que surge em cena até alcançar o microfone, Ozzy lembra a figura frágil do seriado The Osbournes: um tanto corcunda e caminhando com dificuldade. Mas quando começa a cantar ; e sua voz continua inconfundível, como nos discos ;, ele se transforma, se agiganta diante da plateia. Ao longo de uma hora e meia, o cantor é o dono de um espetáculo que passeia por sucessos da carreira solo e cinco músicas do Black Sabbath. Do disco mais recente, Scream (2010), mostra apenas uma música (o set list foi o mesmo em Porto Alegre e São Paulo e assim deve ser também em Brasília). A banda que acompanha o cantor é formada pelos competentes Gus G. e Adam Wakeman nas guitarras (o segundo, também nos teclados), Rob Nicholson no baixo e Tommy Clufetos na bateria.
Em entrevista feita por telefone, ainda em fevereiro, Ozzy conclamou os fãs para o show: ;O quanto mais loucos vocês forem, melhor!”. Mas alerta: ;Loucos no sentido de diversão. Não vão matar uns aos outros!”
O repórter viajou a São Paulo a convite da produção
Ozzy Osbourne
Hoje, às 21h30, no Ginásio Nilson Nelson. Show com o cantor britânico Ozzy Osbourne. Abertura: Sepultura. Ingressos: pista premium (1; lote): R$ 500 e R$ 250 (meia); pista/cadeira: R$ 300 e R$ 150 (meia); arquibancada: R$ 240 e R$ 120 (meia). À venda pelo site , na Central de Ingressos (piso G1 do Brasília Shopping) ou na loja Free Corner Concept (304 Sul). Não recomendado para menores de 16 anos (de 12 a 15 anos somente acompanhado pelos pais ou responsáveis).