Wagner Tiso é um artista de múltiplas atividades, desde o começo da carreira quando, ainda morando em Três Pontas (MG) integrava o conjunto de baile W;s Boys, com Milton Nascimento. Antes de se radicar no Rio de Janeiro, na década de 1970, participou do Clube da Esquina ; época em que integrava o lendário grupo Som Imaginário. Quatro décadas depois, Tiso vive com intensidade diversas funções: as de pianista, arranjador, compositor e maestro, faz seguidos shows e concertos e nunca deixa de encarar novos desafios. Na última quinta-feira, indicado pela ministra da Cultura, Ana de Hollanda, ele assumiu a presidência do Museu Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, substituindo o violonista Turíbio Santos.
De hoje a sexta-feira, às 21h, acompanhado pelo violoncelista Márcio Malard, Tiso ocupa o palco do Clube do Choro com espetáculo em que vão reverenciar Heitor Villa-Lobos, na passagem do cinquentenário do genial compositor brasileiro. ;Além de O trenzinho do caipira, Melodia sentimental e outras peças clássicas de Villa-Lobos, vamos tocar, também, composições de Tom Jobim, Dorival Caymmi, Milton Nascimento, Chico Buarque e Gilberto Gil;, anuncia Tiso.
Feliz em retornar a Brasília para participar do projeto Clube do Choro do Brasil, o pianista revela que Villa-Lobos e Tom Jobim são os dois compositores que mais gosta de interpretar. ;Com Villa eu descobri a paixão pela grande orquestra; enquanto Tom era uma fonte de inspiração permanente;, afirma.
Concertos
A primeira de incursão de Tiso pela música de Villa-Lobos foi quando fez a adaptação de Caicó, para gravação de Milton Nascimento, no álbum Sentinela. Em 1988 ele aprofundou-se na obra do mestre, ao tomar parte das comemorações do centenário de nascimento do criador das Bachianas brasileiras. ;Os concertos comemorativos me possibilitaram rodar o Brasil e a Espanha;, lembra.
Com mais de 30 discos gravados, o músico tem se apresentado em duos, trios, quartetos e como solista de orquestras sinfônicas. Ele vem de concertos, recentes, com orquestras de Amsterdã e Belo Horizonte. Tiso assina, ainda várias trilhas sonoras para o cinema, entre as quais as dos filmes Os deuses e os mortos (Ruy Guerra), A lira do delírio (Walter Lima Júnior), Besame mucho (Francisco Ramalho), O grande mentecapto (Oswaldo Caldeira) e O Guarani (Norma Benguel).
Temas de alguns desses filmes foram reunidos no CD que Tiso gravou com Malard, em fase de finalização. O lançamento será ainda neste semestre, pela gravadora Biscoito Fino. ;Do projeto das trilhas, além do Malard, companheiro de muitas jornadas, tomam parte outros músicos. É possível que um dos temas registrados no CD seja mostrado no show do Clube do Choro;, adianta o pianista.
Wagner Tiso e Márcio Malard
Show do pianista mineiro e do violoncelista carioca de hoje a sexta-feira, às 21h, pelo projeto Clube do Choro do Brasil. No Clube do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.