Diversão e Arte

Grupo Rioclaro toca folk e country rock no Cult 22 Rock Bar

postado em 07/04/2011 07:53
Depois de muitos shows no circuito sertanejo, o quarteto quer investir em eventos de rockDe Niterói a Brasília, o guitarrista, vocalista e artista gráfico Ray Titto Gonzales passou por centenas de quilômetros, arranhou vários acordes e viveu muitas histórias. Algumas delas serviram de inspiração para Chão vermelho, segundo álbum de sua banda, a Rioclaro ; atração esta noite no Cult 22 Rock Bar. Como o nome sugere, o disco tem muito do cerrado. ;Não tem como pegar a BR 040 para chegar aqui e não se apaixonar. É totalmente inspirador, é como se você estivesse vendo um filme;, comenta Ray, que ganhou este nome em homenagem ao cantor Ray Charles, de quem seu pai era fã.

A idade, o músico não revela. ;Isso de não contar a idade aos outros é uma coisa do blues ; se você diz quantos anos tem, perde um ano de felicidade. Se eu fizer isso, terei um ano muito triste;, brinca. Mas Ray tem a quilometragem alta. Ainda nos anos 1980, ele fundou a Cadillac 55, pioneira banda de rockabilly revival do Rio de Janeiro. ;A gente fez um CD que foi elogiado em todas as revistas da época, tocava direto na Rádio Fluminense. Fizemos todo o circuito de rock alternativo de Rio e São Paulo;, ele lembra.

A Cadillac está na gênese do que viria a ser a Rioclaro. Cair na estrada fazia parte da rotina deles. ;É engraçado, geralmente os heróis de quem tem banda são outros músicos. Mas quem me inspirou a fazer música foi justamente Jack Kerouak, John Fante; Quando eu lia o livros dos caras, ficava imaginando a trilha sonora daquilo;, conta o guitarrista. E foi no contato com cidades pequenas, com o interior do país, com as pessoas simples que davam carona aos músicos, que uma banda se transformou na outra. ;O que pegava era escrever rock;n;roll em português. Foi quando a gente começou a usar uma linguagem mais country, mais rock rural, rock antigo dos anos 1970. Mas isso não seria legal com o Cadillac, que era uma coisa fiel ao rockabilly;, explica Ray.

Até o nome Rioclaro tem a ver com as viagens da banda. ;Rio Claro é uma cidade do Rio. Ela foi colonizada por americanos, um clima totalmente diferente. A gente achou interessante esse negócio dos americanos terem ido para a cidade para trabalhar no tratamento da água limpa, que sai de lá e vai para o resto do estado.;

Nova fase
A Rioclaro nasceu oficialmente em 1999. Em 2005, a banda lançou o primeiro disco, Por esse Brasil. No mesmo ano, o grupo se estabeleceu em Brasília. Da formação original, só sobrou Ray. Mas não faltaram ao músico sugestões de quem poderia tocar com ele na capital federal. ;Tivemos indicações de gente para tocar violino, lap steel; Nosso problema era achar um batera. Daí, indicaram o Victor, que tocava no Cadabra. Quando eu ouvi o Cadabra, pensei que o cara nunca fosse querer tocar com a gente. E terminou que ele foi o primeiro a abraçar o projeto.; Além de Ray e do baterista Victor Lacombe, a Rioclaro conta com Renato Faria no baixo e Paulo Steel na guitarrista, banjo, dobro e pedal steel.

Juntos, esses caubóis do cerrado investiram no circuito sertanejo. ;A gente reverencia esses caras do sertanejo antigo. Para mim, não tem diferença entre Tião Carreiro e Robert Johnson, por exemplo;, compara Ray. A Rioclaro foi abraçada pela dupla Pedro Paulo & Matheus, para quem o grupo abriu vários shows. Logo, no entanto, eles perceberam que estavam no meio errado. ;A gente falava que era uma banda de country rock, mas achavam que éramos sertanejo. Percebemos que aquilo não era a onda da galera ; o lance do sertanejo aqui é mais bailão, para dançar.; O show desta noite marca o começo de uma nova fase para a Rioclaro. Depois de terem tocado bastante fora da cidade, eles querem investir em apresentações nas casas de rock de Brasília.

RioClaro

Hoje, às 22h, no Cult 22 Rock Bar (Centro de Atividades 7, Lago Norte). Show com músicas próprias e versões de country rock, folk e rock and roll. Discotecagem antes e após o show. Entrada: R$ 7. Não recomendado para menores de 18 anos.

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