postado em 08/04/2011 08:52
A magia está no ar. Nada de varinhas em riste, poções em caldeirões ferventes e vassouras obsoletas. A tecnologia exibida na superprodução O mágico de Oz, musical infantil que será apresentado neste sábado e domingo, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, é feito para deixar até o mais velho dos magos impressionado. Formulada para ser entretenimento para toda a família, a aventura da garotinha Dorothy, do Leão Covarde, do Homem de Lata e do Espantalho será narrada com a reunião de recursos cênicos classificados como diversão em quatro dimensões.A ideia é que a interação entre público e história narrada seja total. Ventiladores potentes fazem com que a plateia se sinta realmente dentro do tufão que carrega Dorothy do Kansas (EUA) para uma terra misteriosa chamada Oz. Projeções em 3D entrelaçam a narrativa e até o olfato é estimulado com cheiro de papoulas espalhadas pelo teatro. Além disso, serão usados cinco palcos giratórios representando os vários cenários da terra distante. ;Assim como o circo evoluiu para um espetáculo interativo. O que estamos fazendo é teatro multimídia. É preciso evoluir sempre. Estamos nos comunicando com um público acostumado com o cinema e a internet;, constata o verdadeiro mágico por trás da produção, o diretor italiano Billy Bond.
O showman mora no Brasil desde 1978 e tem no currículo produções com as principais estrelas da MPB e astros internacionais. A primeira turnê do Queen no país foi organizada por ele. Ney Matogrosso, Erasmo Carlos, Caetano Veloso e Paralamas do Sucesso são alguns dos artistas nacionais com quem Bond já trabalhou. Em 2000, ele foi o responsável por trazer o musical da Broadway Les misérables para o Brasil. Depois disso, produziu vários infantis, A bela e a fera, Pinocchio e Peter Pan, sempre para grandes plateias. ;Acreditamos que a criança é tão importante quanto o adulto. O nível de tratamento, disciplina, formato artístico é absolutamente cuidadoso. Trabalhamos muito para que o resultado seja o mesmo;, revela sobre o trabalho que reúne 200 profissionais entre equipe técnica, elenco e artistas.
Essência mantida
O trabalho de preparação levou quase um ano para ficar pronto. No palco, os atores têm de interpretar canções originais ao vivo. A música tem a função preponderante de narrar a história, mas a intenção é que a plateia reconheça o original. ;Não se pode mudar um clássico. É importante não mudar a essência. O livro já ganhou mais de 300 adaptações com interpretações diferentes. A gente não fica fazendo uma adaptação misteriosa ou esdrúxula, coisas que só eu entendo. Nós devolvemos cada centavo gasto pelo espectador;, explica Bond.
Escrita pelo norte-americano Lyman Frank Baum em 1900, a história de Oz foi criada em um tempo em que os autores estavam interessados em revolucionar as histórias infantis com menos personagens cruéis e mais criatividade. A prova está nos objetivos que o quarteto almeja encontrar. O Homem de Lata quer um coração, o Leão Covarde gostaria de ser corajoso, o Espantalho desejaria ter um cérebro e Dorothy quer voltar para casa e se reunir com a família de novo. ;Ela é a encarnação da vida real. Milhares de brasileiros que migram do interior para as capitais percebem que o melhor lugar para se estar é mesmo o lugar de origem. É uma história comovente. Acontece com muita gente. Principalmente no Brasil, em que as pessoas migram muito de um lugar para o outro;, acredita o diretor.
A história de Oz já ganhou mais de 17 versões cinematográficas. A mais famosa delas, o filme hollywoodiano de 1939 protagonizado por Judy Garland e dirigido por Victor Fleming e King Vidor, já foi visto por mais de um 1 bilhão de espectadores ao redor do mundo. A canção Somewhere over the rainbow, interpretada por Garland, é considerada um hino para muitos.